Apucarana é a segunda cidade com maior radiação solar do Paraná. Com média anual de 4,80 kWh por metro quadrado, o município perde apenas para Londrina, que atinge média de 4,83 kWh/m². O índice apucaranense foi apontado pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e tem valor equivalente à cidade de Belém (PA), tornando propício o investimento em energia solar.
A radiação solar média de todo o estado foi calculada pela Copel, que divulgou o estudo anteontem através do Mapa Solar do Paraná, acessível através do endereço eletrônico solar.copel.com. O estudo tem como objetivo fornece informações importantes para a geração de energia a partir do sol.
Economista e proprietário de uma empresa especializada em instalação de placas fotovoltaicas em Apucarana, Marcel Alex Kihara explica que o clima de Apucarana é o principal responsável pelo alto índice de radiação. “Dados dos últimos 20 anos apontam que, levando em conta dias ensolarados, nublados e chuvosos, Apucarana tem em média 4 horas e meia de sol por dia. É uma média alta, que viabiliza o investimento em energia solar”.
Segundo o site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Apucarana tem 32 unidades de produção de energia solar. Em 2016, eram apenas cinco. Só em 2018, foram instaladas 17 unidades. “É algo que está crescendo muito. O custo de produção para cada kWh é de aproximadamente 15 centavos, bem menos do que os 82 centavos cobrados pela Copel. Com isso, o investimento em um sistema pequeno, residencial, que é de R$ 10 mil a 20 mil, retorna em até cinco anos”, diz Marcel.
De acordo com os dados da Copel, o índice de Arapongas também é alto: 4,79 kWh/m². Em Ivaiporã, o valor é de 4,68 kWh/m². Jandaia do Sul ficou com 4,76 kWh/m². Já Faxinal atingiu índice de 4,71 kWh/m².
Há cerca de um mês, o empresário apucaranense Gilberto Yoshio Terabe resolveu investir na energia solar. “Como a instalação ainda é recente, ainda não foi possível observar o impacto na conta. Mas é um investimento que é muito rentável. Segundo os cálculos, conseguirei abater boa parte da conta de luz da minha casa e também do meu comércio, além de ajudar o meio ambiente”, conta.
O abatimento da conta de energia elétrica da Copel acontece porque o excedente da produção da energia solar é revertido para a rede comum da Copel, fazendo com que o proprietário ganhe créditos. Quando a energia solar fica indisponível (à noite, por exemplo), o imóvel volta a utilizar a rede comum da Copel, pagando esse uso através dos créditos obtidos anteriormente.
Mapeamento foi feito em 9 meses
O projeto do mapa solar é resultado de um investimento de R$ 550 mil e nove meses de trabalho da Copel junto com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
Foram utilizados dados de radiação solar registrados em estações meteorológicas entre os anos de 2006 e 2016. As medições foram feitas em 100 estações em diferentes pontos do Estado.
O método é bastante preciso, já que cruza dados obtidos por satélite com informações como cobertura de nuvens e variações climáticas locais. Depois, por meio de ferramentas matemáticas e computacionais, é possível gerar dados mais confiáveis para identificar locais em potencial para implantação de sistemas fotovoltaicos e estabelecer o dimensionamento destes.
A partir dos dados fornecidos, o usuário pode calcular, no próprio site, a potência necessária estimada para o sistema fotovoltaico a ser instalado, conforme o consumo de energia e a classe de consumo. Estas informações constam na conta de luz.