BISPO DOM CARLOS JOSÉ

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Eleições 2024 - o bem coletivo e o voto cristão

Da Redação

| Edição de 02 de outubro de 2024 | Atualizado em 02 de outubro de 2024

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"Não sejais imprudentes, mas procurai compreender qual seja a vontade de Deus” (Ef. 5, 17)

A construção de uma sociedade justa e fraterna passa diretamente pelo voto consciente de cada cidadão. Votar é um direito e, mais que isso, é um dever cristão que deve ser exercido com a máxima responsabilidade e clareza, sob a luz do Espírito Santo, com discernimento e sabedoria, visando o bem coletivo. Nosso espelho e exemplo de escolha é Cristo, que morreu por todos, não por alguns: “Nenhum de nós vive para si...” (Rm 14,7), somos um todo, uns pelos outros, como galhos da mesma Videira.

Devemos votar pensando na sociedade como um todo, no bem da coletividade, deixando de lado o ‘eu’, para enxergar o ‘todo’. Os eleitos serão nossos representantes e responsáveis pela administração pública da nossa cidade, portanto, escolher bem é essencial para o futuro que desejamos. É preciso que, antes de escolher, saibamos que nosso voto dá poder de decisão àquele ou àquela que for eleito (a) e isso significa que essas pessoas serão nossos representantes nos próximos quatro anos. Daí a importância de conhecer, avaliar e decidir em quem votar. Temos em nós o ‘Conselheiro Admirável’, o ‘Espírito da Verdade’, o “Espírito Santo de Deus” que nos fala ao coração quando a Ele pedimos sabedoria e discernimento. Ouçamos atentamente a Voz do Senhor e prestemos atenção nos planos apresentados pelos tantos candidatos e comparemos.

O cristão deve prezar os valores do Reino e, nestes dias que antecedem o pleito eleitoral, devemos nos colocar em oração e analisar, sob a Luz do Espírito Santo, em quem votar. Todos trazemos em nosso íntimo uma lei inscrita por Deus, que nos dá um alerta, como que uma voz a nos chamar à pratica do bem em detrimento do mal. Nossa consciência é nosso sacrário secreto, onde ressoa a voz de Deus, diante de nossas incertezas ou escolhas concretas, onde Ele nos mostra a boa escolha e denuncia as ruins. A consciência moral nos dá o discernimento prático do bem e do mal, do certo e do errado, ou seja, nos faz prudentes nas escolhas e nas atitudes, também na hora de decidirmos em quem iremos votar.

Que fique claro em nós: nossas ações refletem o nosso caráter, nosso caráter reflete os nossos princípios e, diante dos princípios cristãos, somos chamados a evidenciar os valores do Reino de Deus também nas eleições, escolhendo com discernimento e sabedoria, embasados na Palavra e nos ensinamentos de Cristo, pois, depois de 2000 mil anos, os Mandamentos são os mesmos e o Evangelho também. Eleitores e eleitos, todos somos responsáveis por manter a sacralidade inalienável da dignidade humana recebida do Criador: somos semelhantes a Ele e essa Graça nos faz todos irmãos, responsáveis uns pelos outros. Que nos deixemos iluminar pelo Espírito Santo e façamos a vontade de Deus, hoje e sempre.