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Sacerdote de Arapongas estuda para se tornar padre exorcista

Cindy Santos

| Edição de 31 de outubro de 2024 | Atualizado em 31 de outubro de 2024

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Um padre da Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Arapongas, está se preparando para se tornar um exorcista. Até o momento a Diocese de Apucarana, a qual a igreja pertence, conta apenas com um religioso para desempenhar a função de executar esse antigo ritual da Igreja Católica, que é o padre Adenilson Pedroso, da Paróquia São Sebastião, em Lidianópolis.

Sacerdote há 10 anos, o padre Alex Alves conta que recebeu um convite para atuar neste ministério desafiador. O curso é ministrado pela Associação Internacional de Exorcistas e destinado a sacerdotes que desejam se aprofundar no ministério do exorcismo. A especialização, entretanto, não é suficiente para nomear um exorcista. Somente o bispo diocesano poderá conceder a licença para celebrar o ritual, cuja função é expulsar o demônio de pessoas possuídas.

“Estou estudando, mas não depende somente de mim, depende do bispo conceder ser exorcista por um período. O exorcista deve ser humilde, viver penitência, não pode ser orgulhoso e soberbo, tudo isso ajuda no combate espiritual”, afirma.

Conforme o padre Alex, a procura pela comunidade para a realização do exorcismo é grande, entretanto, antes de realizar o ritual é necessário fazer uma análise de cada caso com o apoio de uma equipe de especialistas, que incluem até psicólogos e neurologistas, que podem indicar se a pessoa sofre de alguma doença mental.

“Antes de indicar o ritual, fazemos uma investigação com a família para descobrir se é algo psicológico. A família tem que responder várias perguntas. Temos que conhecer de fato a extremidade. Temos uma equipe de auxiliares que ajuda nessa parte e também médicos que podem acompanhar e ajudar identificar se há ou não uma possessão”, afirma.

Enquanto aguarda sua nomeação, o padre atua como auxiliar do padre exorcista oficial da Diocese e participa de rituais realizados na região. Segundo ele, o ritual não se parece em nada com as cenas retratadas nos filmes de terror. “Já acompanhei alguns casos e o que nós vemos nos filmes não é realmente o que acontece. Não podemos acreditar em tudo que vemos nos filmes. Mas temos um grande exorcista que foi o padre Gabriele Amorth, que relata algumas situações que se deram. Claro que o demônio pode agir de várias maneiras e várias formas e muitas vezes o processo pode demorar meses até anos para a libertação da pessoa. Pode ser um, dois ou mais. Mas o próprio ritual é algo bonito”, afirma.

O padre lamenta que muitas pessoas usam o demônio para justificar seus pecados e brincam com o sobrenatural. “Existe muita simulação, por isso, precisamos analisar cada caso minuciosamente. Mas acontece de a pessoa dizer que está possessa e não está. Não fazemos rituais por aí sem ter certeza”, afirma.