Asegunda safra de milho no Paraná enfrenta desafios devido à seca e ao calor de março, com uma estimativa de produção de 15,9 milhões de toneladas. Porém, o clima adverso pode afetar esse número. Em contraste, agricultores de 15 municípios da área de abrangência do Núcleo Regional da Seab de Ivaiporã mantêm otimismo, já que a região tem registrado boas chuvas. Neste ano, a área cultivada com milho safrinha na regional aumentou 11,5%, alcançando 122 mil hectares, contra 109,4 mil hectares em 2024.
Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Sergio Carlos Empinotti, o milho segunda safra tem ganhado espaço na sucessão de culturas, substituindo o trigo em algumas áreas. Agricultores estão investindo mais na adubação para garantir boas produtividades. “Antes, o milho era plantado apenas como cobertura de solo. Agora, os produtores investem mais”.
A tendência é que a área plantada com trigo continue diminuindo, enquanto o milho ganhe mais importância na sucessão agrícola. “Essa mudança melhora a qualidade do solo e beneficia a rotação de culturas, contribuindo para o aumento da produtividade da soja que será plantada na sequência”, enfatizou o agrônomo.
Empinotti também acredita que a produtividade média da regional será superior ao ano passado, com uma expectativa de 260 sacas por alqueire, contra 200 sacas na safra anterior, que sofreu com a seca. No entanto, o clima nas próximas semanas será decisivo para o resultado final.
Na regional o plantio já foi concluído, e as lavouras estão em bom estado desenvolvimento. Cerca de 30% das lavouras já estão em fase de floração, enquanto o restante segue em fase de desenvolvimento vegetativo. “Tivemos boas chuvas após a colheita da soja, e isso ajudou o desenvolvimento do milho”, explicou. Ele destacou ainda que, devido ao plantio antecipado nesta temporada, a colheita pode começar no final de maio, pouco antes do usual.
A saca de milho de 60 quilos na região está sendo negociada em torno de R$ 70,00, valor considerado razoável pelos produtores. Esse preço é cerca de 40% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Empinotti acredita que a demanda interna deve manter os preços estáveis, com a produtividade sendo o fator crucial para o sucesso financeiro da safra. “O que vai mandar é a produtividade. Como a expectativa de produção é melhor, o preço se torna mais lucrativo”, completou.