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Vereadora de Cambira está entre presos em operação contra lavagem de dinheiro

Louan Brasileiro

| Edição de 23 de abril de 2024 | Atualizado em 23 de abril de 2024
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em operação contra lavagem de dinheiro

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Uma megaoperação da Polícia Civil com participação de 100 policiais cumpriu ontem 27 mandados de prisão, busca e apreensão em Londrina, Cambira, São João do Ivaí, Apucarana e Borrazópolis contra uma organização criminosa ligada a lavagem de dinheiro decorrente de tráfico de drogas. Estima-se que mais de R$ 20 milhões foram movimentados pelos suspeitos em 8 anos em negócios relacionados a postos de combustíveis, um mercado e um estacionamento de venda de carros. Seis pessoas foram presas, incluindo uma vereadora de Cambira.

Três postos de combustíveis da região eram usados para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, de acordo com o delegado da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Ricardo Casanova. Um estabelecimento fica em Apucarana, outro em Borrazópolis e o terceiro em São João do Ivaí. Um mercado e um estacionamento de Cambira também eram utilizados no esquema. No total, seis pessoas foram presas: três em Cambira e três em Londrina. Foram duas prisões preventivas e quatro prisões temporárias.

De acordo com a polícia, uma das investigadas ocupa o cargo de vereadora em Cambira. Aline dos Santos Macedo (PSC) e o marido dela seriam donos das empresas alvos da operação deflagrada. “São pessoas que a investigação aponta que teriam formado uma organização destinada à lavagem de dinheiro. Verificamos que os valores que entravam na conta dessas pessoas não tinham origem comprovada. Eles movimentavam em torno de R$ 6 milhões ao ano e declaravam renda de em torno de R$30 mil”, disse o delegado Ricardo Casanova.

O posto que foi alvo da operação em Apucarana fica no Distrito do Pirapó. Ainda, conforme o delegado, cinco estabelecimentos comerciais tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos.

A polícia também informou que os postos que foram alvo da operação já não estariam mais no nome do casal. No entanto, as investigações apontam que as empresas estariam em nome de laranjas, mesma situação do estacionamento.

“Acreditamos que a venda desses estabelecimentos tenha sido negócios simulados juridicamente, pois há indícios de que essas pessoas não adquiriram esses postos, mas simplesmente cederam seus nomes”, salienta Casanova.

Durante a operação, a Polícia Civil identificou um apartamento avaliado em torno de R$ 2 milhões, no Residencial Vallence, na Praça Interventor Manoel Ribas, em Apucarana, e uma SUV Land Rover, que teriam sido utilizados no esquema. O veículo foi apreendido e o apartamento foi confiscado.

“Esse apartamento, que é bem grande, estava vazio, e o veículo Land Rover estava guardado no estacionamento do prédio e pertence ao casal de Cambira que prendemos durante a operação”, destaca o delegado.

Um segundo veículo de alto padrão, R$ 15 mil em dinheiro, nove celulares, documentos, uma arma de fogo, uma máquina de contar dinheiro e máquinas de cartão em nome de terceiros. também foram apreendidos. “Esse material vai ser analisado nas investigações, que terão sequência agora”, afirma.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.