POLÍTICA

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Rodolfo Mota faz prestação de contas na Câmara e revela dívidas herdadas

Da Redação

| Edição de 27 de fevereiro de 2025 | Atualizado em 27 de fevereiro de 2025

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Oprefeito de Apucarana, Rodolfo Mota (União Brasil), comandou, ontem, a prestação de contas do último quadrimestre de 2024 da Prefeitura de Apucarana e também da Autarquia Municipal da Saúde (AMS). Durante sua fala, o prefeito revelou dívidas herdadas da última gestão e detalhou alguns problemas enfrentados decorrentes dessa situação.

Segundo dados apresentados pelo prefeito em um telão, o terceiro quadrimestre fechou com receitas de R$ 212,2 milhões e despesas de R$ 173,6 milhões. O índice de endividamento do município ficou em 13,38%, sem contar as dívidas dos bancos Santos e Itamarati, discutidas na Justiça.

No entanto, chamou atenção números sobre dívidas herdadas. Segundo o prefeito, a Viação Apucarana Ltda (VAL), responsável pelo transporte público, apresentou uma planilha reivindicando R$ 14,9 milhões, enquanto a Costa Oeste, que é responsável pelo recolhimento do lixo, outros R$ 785 mil. Ele também relatou dívidas e ‘um apagão de serviços’ na saúde nos últimos meses de 2024, além de pendências com funcionalismo de licenças-prêmio e férias vencidas.

Em entrevista, o prefeito disse que encontrou muitos desafios financeiros no município. “A situação financeira do município não é segredo para ninguém. É o meu desafio e da nossa equipe. Dentre tantos desafios que a gente encontrou, a questão do pagamento de fornecedores é um deles. A empresa de transporte, a VAL, apresentou uma conta há alguns dias de quase R$ 15 milhões”, disse.

Segundo o prefeito, o valor apresentado pela concessionária é referente a um período de dois anos – a partir de 2022 – que representa a diferença entre a tarifa técnica – real custo do transporte –, e a tarifa vigente. Para cobrir a diferença, o município adotou subsídio pago mensalmente à empresa. O valor pago, alega a VAL, não era suficiente.

“Vamos auditar essas planilhas e conferir, mas sabemos que teremos que pagar algo. Importante frisar que a empresa não está cobrando apenas agora, mas fez várias cobranças à administração anterior”, diz.

Ele citou ainda dívidas na saúde. “Encontramos um quadro com quase R$ 12,5 milhões em dívidas sem registro de empenho. Despesas relacionadas à Casa da Gestante, Centro Infantil, PSF e CEO, salários atrasados dos médicos da UPA, Instituto do Rim e Hospital da Providência, Materno Infantil, Cisvir e laboratórios, por exemplo, além de pagamento de despesas relacionadas a consertos de veículos da frota da saúde pendentes em oficinas credenciadas, entre outras situações. Contas que são de 2024, que não são nossas, mas que fizemos o pagamento agora na semana passada”, revelou o prefeito Rodolfo Mota.

Ele frisa que o terceiro quadrimestre da Saúde Municipal fechou com o índice de investimento na ordem de 28%, acima do mínimo constitucional (15%). “Importante dizer que apesar disto, nunca se gastou um índice tão elevado na Saúde para ter um resultado tão ruim. O que ficou claro é que nos últimos meses houve um apagão nos números da saúde, a população ficou sem encaminhamentos, sem exames”, comentou.

HOSPITAL

Durante a audiência, o funcionamento do Hospital de Apucarana, também foi abordado após questionamento do vereador Moisés Tavares (PP). ‘O fato é muito simples, a construção daquele prédio não foi concluída até hoje. A obra sequer foi entregue e sabemos de antemão que teremos que fazer ajustes porque é público e notório que o que foi feito não bate com o exigido”, comenta o prefeito,

Segundo o prefeito, a discussão a respeito do funcionamento da unidade será iniciada após a entrega da obra, prevista para março. “Fizeram uma licitação para uma empresa tocar esse hospital, mas como não recebemos o prédio não temos como entregar”.