POLÍTICA

3min de leitura - #

Liminar devolve mandato para Pastor do Mercado em Arapongas

Fernando Klein

| Edição de 26 de setembro de 2022 | Atualizado em 26 de setembro de 2022
Imagem descritiva da notícia Liminar devolve mandato para 
Pastor do Mercado em Arapongas
Imagem descritiva da notícia Liminar devolve mandato para Pastor do Mercado em Arapongas

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, Assine Tribuna do Norte.

Em decisão liminar, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) devolveu o mandato do vereador de Arapongas, Paulo César de Araújo, conhecido como Pastor do Mercado (União Brasil-antigo DEM)). Ele reassumiu o cargo na sessão ordinária desta segunda-feira.

Pastor do Mercado foi cassado em 2 de maio deste ano por quebra de decoro parlamentar. O processo no Legislativo foi aberto após o vereador ser preso por agredir três mulheres. Entre as vítimas estava uma idosa de 62 anos, que teria sofrido várias lesões no braço e precisou passar por uma cirurgia. O político araponguense permaneceu detido na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) entre 31 de janeiro e 2 de julho deste ano.

O advogado de defesa, Sérgio Luiz Barroso, explica que apresentou recurso no TJ-PR após ter o pedido de liminar negado em primeira instância pela Justiça de Arapongas. Segundo ele, o processo apresentou vícios de procedimento, pois teria desrespeitado a Lei Orgânica do Município.

“De acordo com a Lei Orgânica de Arapongas e o Regimento Interno da Câmara, quem pode pedir a cassação de mandato é a Mesa Diretora do Legislativo ou um partido político. A Mesa Diretora é composta por quatro nomes. Portanto, o pedido deveria ter sido feito por pelo menos três integrantes para que se configurasse a maioria. No entanto, apenas o presidente da Câmara apresentou a denúncia e isso é um vício de iniciativa”, explica Barroso.

Outra irregularidade, segundo o advogado, é que a Lei Orgânica de Arapongas e o Regimento Interno da Câmara disciplinam o processo de cassação, mas a denúncia utilizou o decreto lei 201 de 1967, que é anterior à Lei Orgânica. “Esse decreto pode ser usado de forma híbrida quando a Lei Orgânica não prevê (o processo de cassação), o que não é o caso de Arapongas”, explica o advogado, observando que o vereador Pastor do Mercado recuperou o mandato até que haja uma decisão final com o julgamento do mérito do recurso no próprio TJ-PR.

O vereador Rubens Franzin Manoel, o Rubão (União Brasil), presidente do Legislativo de Arapongas, que apresentou o pedido de cassação, cumpriu a decisão do TJ-PR reempossando Pastor do Mercado durante a sessão de ontem à noite. A vaga vinha sendo ocupada pelo suplente Valdecir Pardini (União Brasil). “Decisão judicial não se questiona, se cumpre”, disse Rubão. Ele nega irregularidades no processo de cassação no Legislativo e afirma que a Casa irá recorrer da decisão do TJ-PR.

RELEMBRE O CASO

Pastor do Mercado foi preso suspeito de agredir três mulheres, incluindo uma idosa, em 31 de janeiro. A Polícia Civil informou na época que as agressões teriam acontecido em datas diferentes em 2021 e também em janeiro de 2022. As vítimas foram uma idosa de 62 anos e mais duas mulheres. 

Após ampla repercussão do caso, o Legislativo abriu uma comissão processante e o vereador acabou cassado por 13 votos favoráveis e uma abstenção durante sessão ordinária que durou cerca de dez horas em 2 de maio. 

VEJA MAIS