Ao longo da minha carreira em consultoria, tive o prazer – ou seria o desprazer? – de cruzar com muitos puxa-sacos corporativos – verdadeiras estrelas brilhantes no firmamento empresarial! Esses profissionais da bajulação vivem para inflar o ego dos chefes, transformando até desastres em histórias dignas de prêmios.
Um projeto deu um prejuízo monstruoso? “Que estratégia inovadora, chefe! Estamos redefinindo o conceito de aprendizado.” A sala virou um forno porque o ar-condicionado quebrou? “Adorei, chefe! Uma aula de resiliência para todos nós!” O cliente está furioso e ameaçando cancelar o contrato? “Claramente um sinal de que estamos revolucionando o mercado!”
Esses artistas do tapete vermelho corporativo têm doutorado em elogios criativos e PhD em neutralizar críticas. Qualquer tentativa de questionamento é recebida com um sorriso doce e um “Ah, mas o chefe sabe o que faz...”. Para eles, o espelho das críticas não serve para refletir a realidade, mas para emoldurar um retrato colorido e fictício.
No fundo, o puxa-saco sabe que sua sobrevivência depende desse show constante de “passar pano”. Ele entende que uma crítica mal colocada pode ser um atalho para o esquecimento no mundo corporativo. Então, em vez de resolver problemas, ele prefere cobri-los com glitter e um discurso motivacional. Afinal, quem precisa de eficiência quando se pode ter elogios brilhantes, não é mesmo?
Mas sejamos sinceros: quem realmente precisa de gente assim? Talvez ninguém. Mas enquanto houver puxa-sacos, sempre haverá gestores que acreditam estar reinventando a roda – mesmo que seja quadrada e emperrada. No fim, o puxa-saquismo é menos um problema e mais uma comédia corporativa, aquele espetáculo tragicômico que nunca decepciona. Custa caro? Sim. Mas rende boas risadas – especialmente de quem está de fora.