O cérebro humano tem uma habilidade impressionante: ele conecta informações, cria significados e usa essas conexões para tomar decisões. O problema é que esse processo nem sempre é confiável. Interpretamos as situações de forma imprecisa e, pior, nos agarramos a essas interpretações como se fossem verdades absolutas. Quando acreditamos em algo, mudar de ideia pode ser um desafio, mesmo quando as evidências mostram que estamos errados.
Grande parte disso acontece porque vivemos baseados em suposições. Em vez de buscar fatos, a nossa mente preenche as lacunas com deduções e expectativas. Suponhamos que um gerente acredite que um colaborador é desinteressado porque, em uma reunião, ele parecia distraído. Sem questionar sua percepção pessoal, essa suposição pode virar um rótulo injusto sobre o tal funcionário, afetando futuras interações e avaliações.
Na empresa, esse pensamento se reflete em decisões tomadas com base em experiências passadas sem questionamento. Processos ultrapassados continuam sendo seguidos simplesmente porque “sempre foi assim”. Inovação e solução de problemas acabam ficando em segundo plano, pois a mente prefere o conforto do que já é familiar.
Outro fator traiçoeiro nesse mecanismo mental é a falibilidade da memória. Você já percebeu como uma história pode mudar dependendo de quem a conta? A nossa mente modifica lembranças sem que percebamos. Muitas decisões equivocadas acontecem porque confiamos cegamente em recordações distorcidas ou suposições mal fundamentadas.
No mundo profissional, isso pode ser visto quando um gestor avalia um funcionário com base em uma impressão antiga, ignorando seu progresso. Ou quando um colaborador insiste que um método ainda funciona, sem perceber que a realidade já mudou diametralmente.
Um dos maiores riscos desta vida não é errar, mas tomar decisões baseadas em suposições como se fossem verdades.