TIAGO CUNHA

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Ver o próprio negócio com outros olhos pode mudar tudo

Da Redação

| Edição de 07 de julho de 2025 | Atualizado em 07 de julho de 2025

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O comportamento do consumidor está se transformando! Uma combinação de fatores sociais, emocionais e tecnológicos afetam diretamente a forma como compramos, convivemos e nos relacionamos com marcas e experiências.

O Guia de Tendências 2025, lançado pelo Sebrae Paraná, apresenta com base em pesquisas de mercado e comportamento, sinais claros sobre o que as pessoas valorizam e esperam de produtos, serviços e experiências. Mais do que acompanhar tendências externas, o verdadeiro movimento está em olhar para dentro: reavaliar o próprio negócio, seu posicionamento, suas entregas e sua forma de se conectar com o cliente.

Pequenos negócios têm, nesse cenário, uma enorme vantagem. Pela proximidade, flexibilidade e autenticidade, conseguem transformar insights em ações, e ações em diferenciais. Entre os principais pontos, o primeiro que chama atenção é o valor do pertencimento. O excesso de estímulos digitais e a superficialidade das interações online têm despertado um desejo crescente por vínculos reais e experiências que promovam conexão genuína.

Um pequeno negócio que se propõe a criar espaços de convivência como: uma loja que promove oficinas, um mercadinho que organiza ações no bairro ou uma cafeteria com rodas de conversa, passa a ser mais do que um ponto de venda. Ele vira parte da vida do cliente. Outro aspecto que ganha força é o consumo consciente e intencional. Em vez de quantidade, o consumidor busca propósito, utilidade e durabilidade.

Para o empreendedor, isso significa olhar para seus produtos e serviços com sinceridade: o que ofereço faz sentido para o meu público? Está claro o valor da minha entrega? Trazer a história, o cuidado, a origem e o impacto de cada item vendido é uma forma simples e poderosa de gerar conexão.

A tendência da personalização também convida à reflexão. Em vez de focar apenas em tecnologia, o pequeno negócio pode usar seu principal recurso: o contato humano. Lembrar o nome do cliente, adaptar um atendimento, oferecer um toque pessoal, tudo isso gera uma experiência memorável. Pequenos gestos são, muitas vezes, grandes inovações.

O social commerce, por sua vez, mostra como as redes sociais podem ser aliadas no processo de construção de marca. O que antes era feito no boca a boca do bairro agora ganha escala online. Clientes satisfeitos, bastidores da rotina, depoimentos reais: tudo isso ajuda a criar reputação e fortalecer a imagem do negócio. O desafio está em assumir esse canal com autenticidade, presença e constância.

Por fim, vale olhar para o espaço físico com outros olhos. O ponto de venda precisa ser mais do que uma estrutura: ele pode ser um lugar de troca, experiência e relacionamento. Isso não exige grandes reformas, mas uma intenção clara de transformar a visita do cliente em algo memorável. Ver o próprio negócio com outros olhos significa fazer perguntas que nem sempre aparecem na correria do dia a dia: o que posso melhorar na experiência de quem me procura? Estou atendendo às expectativas de hoje ou às de ontem? Quais pequenos ajustes podem gerar grandes efeitos? A resposta não está apenas nas grandes tendências, mas na capacidade de olhar com atenção, escutar com interesse e agir com criatividade. Porque, no final das contas, inovar é isso: entender que sempre é possível fazer diferente, mesmo quando o cenário parece o mesmo.