Aconstrução civil atingiu em janeiro o melhor saldo de empregos dos últimos cinco anos na região. Foram 110 postos de trabalho com carteira assinada criados em 27 municípios, uma alta de 168,2% em comparação com 2020, quando o setor gerou 41 vagas (veja o infográfico). A maioria das contratações foi em Apucarana, que fechou janeiro com saldo de 85 contratações, sendo que 90% dos trabalhadores foram empregados na construção de edifícios.
Entre as empresas apucaranenses que contrataram em janeiro está a construtora do engenheiro civil Osmar Ida, que admitiu sete profissionais e ainda oferece outras cinco vagas de trabalho para os cargos de carpinteiro, pedreiro e servente.
Os profissionais foram admitidos para trabalhar nos empreendimentos da construtora. Atualmente estão em andamento a construção de um edifício residencial com 42 apartamentos, do prédio comercial da Associação Comercial e Empresarial de Apucarana (Acia) com 30 mil metros quadrados de área construída e de outro edifício residencial que terá 62 kitnets.
“A tendência do mercado hoje é morar em apartamento, em termos de segurança, conforto e lazer. E o mercado está bem competitivo, o que favorece e aquece a construção civil”, analisa Osmar Ida.
Dados repassados pela Secretaria Municipal de Obras no ano passado mostram que em 2024 foram emitidos pelo menos 520 alvarás, alta de 5,4% em comparação a 2023. O secretário municipal de Obras, Mateus Franciscon, afirma que o setor está aquecido com previsão de aumento na liberação de alvarás para construção neste ano, diante da grande demanda por imóveis residenciais no município.
“Esse boom da construção civil vem dessa demanda do município que é carente e necessita ter mais imóveis e de investidores de fora que encontraram oportunidades de negócio no município. Muitas pessoas vêm de outras cidades para morar em Apucarana que é um polo de grandes empresas em constante expansão. Neste ano, a intenção é aumentar esses números, devido até pela procura que temos para aprovação de novos projetos”, assinala.
Mão de obra escassa
Mesmo com aumento nas contratações ao longo dos anos, o setor ainda enfrenta o desafio de encontrar profissionais qualificados para preencher vagas ofertadas. Segundo o engenheiro civil José Francisco Doniak, há necessidade de renovar o mercado de trabalho, atraindo jovens para o setor. Por isso, ele reforça a necessidade de ampliar opções de cursos profissionalizantes a fim de fomentar a formação na área da construção civil.
“A demanda é grande em termos de procura de profissionais. Existe certa dificuldade em angariar trabalhadores especializados na área da construção civil. É preciso criar oportunidades e mais opções para cursos profissionalizantes, pois a remuneração da categoria não é ruim”, afirma.
De acordo com Doniak, os salários iniciais para profissionais da carpintaria e oficial de construção e giram em torno de R$ 3,5 mil. “Tenho funcionários com até 75 anos. É difícil ver jovens nessa área, por isso, é necessário criar especializações para atrair jovens e criar mais mão de obra, porque emprego tem”, assinala.