A educação superior deu um salto em Apucarana em pouco mais de uma década. Dados divulgados anteontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no Censo de 2010, os apucaranenses com formação acadêmica representavam 11,5% da população adulta, número que passou para 17,4% no Censo de 2022, totalizando 17.440 pessoas, um crescimento de 104,6% no comparativo. O índice supera a média nacional 16,7% e está abaixo da média do Paraná, com 19,2%.
Mais de 40% da população apucaranense com curso superior é formada na área de negócios, administração e direito, com mais de 7 mil pessoas. Outros 14% têm diploma na área da saúde e outros 12% em educação.
Outro índice que revela o avanço da escolaridade é a queda no número de pessoas sem instrução e com ensino fundamental incompleto. Em 2010 eram 37.104 pessoas nesta categoria, que corresponde a 50,2% da população, número que baixou para atuais 31.933 (31,8%). Em Apucarana 95,73% da população é alfabetizada, o que corresponde a 101.010 pessoas.
O IBGE também aponta um recuo no índice populacional com ensino fundamental completo e médio incompleto que passou de 17.757 (17,7%) para 11.857 (16%) no período. E a população com ensino médio completo e superior incompleto aumentou. São 33.139 (33%) pessoas neste patamar educacional atualmente, em 2010 eram 16.310 (22%).
Para o economista Rogério Ribeiro, professor do campus apucaranense da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), o avanço da educação representa um impacto positivo na economia, pois, quanto maior a escolaridade das pessoas, maior será a remuneração recebida. “A educação se tornou mais acessível para a população brasileira nas últimas décadas, por influência dos avanços conquistados com a Constituição Federal de 1988. E há uma relação direta entre anos de estudos e salários pagos. Com isto é natural que as pessoas busquem se qualificar através de cursos superiores para obter ocupações que remunerem melhor. Uma maior oferta de mão de obra qualificada com ensino superior é importante tanto para melhorar a posição das pessoas no mercado de trabalho quanto para trazer novas empresas/atividades que se sentem atraídas pela qualificação existente”, afirma.
O diretor da Unespar Apucarana, Daniel Fernando Matheus Gomes, acrescenta que, para melhorar os índices é necessário reduzir a evasão escolar para que os alunos concluam o ensino médio e deem continuidade aos estudos na graduação. “O aluno dentro da escola vai gerar bons frutos. Passamos um momento muito difícil na pandemia e, ainda assim, nosso índice educacional melhorou. A gente tem que aproveitar esse momento para tentar consolidar esses números e melhorar ainda mais”, assinala.
Um em cada 5 tem ensino superior no Paraná
Em pouco mais de uma década, o Paraná mais do que dobrou a proporção de pessoas com ensino superior completo em relação ao total da sua população. No Censo de 2010, os moradores do Estado com graduação representavam 9,7% da população, índice que subiu para 19,2% no Censo 2022, totalizando agora 1,7 milhão de pessoas.
Com um em cada cinco paranaenses maiores de idade com curso superior completo, o Paraná tem a 4ª maior proporção de pessoas com esse nível de ensino no Brasil. O índice fica abaixo apenas do Distrito Federal, com 33,1%, São Paulo (21,5%) e Santa Catarina (19,7%). A média nacional de pessoas com este nível de instrução é de 16,7% do total da população maior de idade.
No intervalo de 12 anos, também houve aumento da proporção de paranaenses com outros graus de instrução. Aqueles com ensino fundamental completo passaram de 13,9% para 15,1%, o equivalente a 1,3 milhão de pessoas, enquanto os que possuem ensino médio completo aumentaram de 22,5% para 35%, somando agora cerca de 3 milhões de formados.
O percentual das pessoas que não concluíram nem o ensino fundamental no Estado caiu de 37,2% para 30,7%.