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Árvores são cortadas na ‘Praça do Redondo’

Vanuza Borges

| Edição de 19 de setembro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Quem passou ontem pela Praça Interventor Manoel Ribas, a Praça do Redondo como é mais conhecida, percebeu que algo estava diferente. Sete árvores foram cortadas e outras passaram por poda radical, que foi realizada anteontem. A ação foi tomada após inúmeras discussões sobre erradicação de espécies no local, que envolveram inclusive o Ministério Público, e fazem parte do projeto de revitalização da praça, que prevê também a troca do piso. Tanto a remoção das árvores quanto a troca do piso têm por objetivo diminuir a presença de aves, cujos dejetos provocam mau cheiro. 

Árvores também passaram por poda, que foi acompanhada por técnicos do Meio Ambiente | Foto: Sérgio Rodrigo


Apesar de discutida e autorizada, a retirada das árvores divide opinião de quem frequenta ou tem a praça como endereço de trabalho. Um exemplo é o taxista Núncio Travain, de 81 anos. “Eu sou a favor do corte. Deixou a praça mais limpa. Já é possível notar que diminuiu a presença de pássaros e a sujeira também. Apesar de ficar mais ensolarada, foi bom. Eu não vencia lavar o carro”, reclama. 
Já para o colega, também taxista, José Marques, de 68 anos, a retirada das árvores não foi a melhor decisão. “As árvores nunca foram o problema da praça. Eu gosto da natureza, gosto das árvores e dos pássaros. Não acredito que as árvores afastavam as pessoas nem vão diminuir a presença de pedintes”, diz. 
A circulação de pedintes e de usuários de drogas é outra reclamação comum da praça há anos. O vendedor Gabriel Santiago da Silva, 29, que costuma descansar no local durante o intervalo, acredita que a retirada foi positiva, mas com ressalvas. “Têm menos pássaros e, consequentemente, menos mau cheiro. Porém, acredito que a praça deveria ter mais sombra, para as pessoas conseguirem aproveitar. De repente, se plantassem trepadeiras nos pergolados, as pessoas conseguiriam ficar um pouco mais na por aqui”, diz. 

REVITALIZAÇÃO
O técnico em Meio Ambiente Pedro Ross, da Secretaria do Meio Ambiente, explica que foram cortadas cinco alfineiros, um flamboyant e uma sibipiruna. “A realização do corte e também da poda no domingo por uma questão logística, para não precisa interditar a praça nem o trânsito no entorno”, diz.
O prefeito Beto Preto, que responde pela pasta de Meio Ambiente, complementa que todas as árvores retiradas estavam comprometidas e geravam risco de acidentes. Também foi providenciada uma poda de rebrota em 80% das árvores da praça, além de eliminar parasitas de outras. “As árvores que foram retiradas serão em breve substituídas por outras espécies de menor porte e mais adequadas para o espaço urbano”, anuncia. 
Antes do plantio de novas árvores, a prefeitura vai substituir parte dos pavers por ladrilhos hidráulicos, e ainda recuperar tubulações de águas pluviais danificadas. “Com a substituição do piso pretendemos reduzir a absorção de água que, com as fezes das aves, acarretam forte odor em toda a região”, argumenta.
“Às vezes é preciso tomar decisões contrárias ao que defendo. Porém, neste caso, o abate de árvores é necessário, diante de uma situação de risco sanitário”, pondera. 

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