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Mensalidade escolar deve ficar até 10% mais cara ano que vem

Cindy Santos

| Edição de 26 de novembro de 2024 | Atualizado em 26 de novembro de 2024

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O preço da mensalidade nas escolas privadas deve sofrer reajustes de até 10% no próximo ano em Apucarana. Já o material didático pode ficar com índice ainda mais alto na rede particular. A estimativa segue escolas ouvidas pela reportagem e estimativa do Sindicato das Escolas Particulares do Norte do Paraná (Sinepe). O percentual pode chegar a mais que o dobro da inflação projetada para 2024, de 4,25%.

Diretor de um colégio particular, Tiago Almeida, informou que índice do reajuste foi de pouco mais de 9% na mensalidade e 10% e no material didático. Segundo ele, o cálculo considera custos com a folha de pagamento que conta com 221 educadores. “O maior custo de uma escola particular é a folha de pagamento, que chega até 60% do faturamento bruto. Isso impacta muito”, explica.

O aumento de serviços e produtos, como energia elétrica e papel, por exemplo, também impactam o preço da mensalidade. “Nosso cálculo é baseado na nossa planilha de custos. Isso diferencia de uma empresa para outra”, explica.

Na escola gerida por Marcel França, o reajuste segue o mesmo índice da inflação prevista pelo Banco Central para o fim deste ano, de 4,3%. Já o material didático ficará 17% mais caro a partir do próximo ano. De acordo com ele, a escola leva em consideração o reajuste de 7,55 no salário dos professores, além da alta no valor de itens como alimentação e energia elétrica. “Se fôssemos aplicar um índice real, o reajuste sairia na casa dos 18%, pois a nossa tributação também sofreu um aumento significativo em 2024”, justifica.

Embora a recomposição no preço da mensalidade seja importante para a manutenção das escolas, o aumento acima da inflação deve ser um peso a mais no bolso dos pais. Conforme o economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), o ideal é que o índice seja discutido em conjunto entre família e escola.  

“Diversos custos impactam na mensalidade escolar, como o salário do professor, inflação anual, recuperação da estrutura física das escolas, alta do dólar que também mexe com os produtos como eletrônicos e papelaria. Além de que as escolas passaram a investir cada vez mais em segurança. Por isso acredito que uma decisão conjunta e cooperativa entre escola e pais pode ser a melhor saída”, diz o professor.  

REGIÃO

Conforme o Sindicato das Escolas Particulares do Norte do Paraná (Sinepe), os aumentos no custo das mensalidades devem ficar entre 7% e 10% na sua área de abrangência que inclui 90 escolas em 15 municípios da região de Londrina, incluindo Apucarana.

O reajuste anual é regulamentado pela lei 9.870,/99. A norma não proíbe uma correção acima da inflação, mas exige que as instituições de ensino comprovem os custos anualmente por meio de uma planilha detalhada ou uma análise financeira completa.

A análise financeira deve levantar todas as despesas da instituição, incluindo folha de pagamento, impostos, aluguel, material de escritório, água, luz, telefone, entre outros. Essas despesas devem ser alocadas por nível de ensino para determinar o custo específico de cada curso ao longo do ano.