O presidente do Corinthians, Augusto Melo, acredita que o pedido de impeachment a ser votado no Conselho Deliberativo do clube na quinta-feira é uma tentativa de “golpe” contra o mandato dele. Para o mandatário, a atual gestão profissionalizou o Corinthians e desfez acordos que não eram vantajosos ao clube, o que teria desagradado certos grupos.
Antes da votação no Conselho Deliberativo, o Conselho de Orientação (Cori) analisou a questão. O grupo, que conta com nomes tradicionais da política corintiana, como Andrés Sanchez, Duílio Monteiro Alves e Mario Gobbi Filho, recomendou o afastamento do atual presidente.
“(É) Uma recomendação indevida, porque o órgão competente disso é a nossa comissão de ética. Não tem embasamento. Isso é um golpe. Tentaram dar um golpe na gente na eleição e tentam novamente agora. A torcida está com a gente. Vocês viram a revolução dos jogadores, que foi uma surpresa. Trocamos contratos que não eram bons para o Corinthians. Talvez isso esteja incomodando alguém”, rebateu Augusto Melo em participação no programa Arena SBT, na noite desta segunda-feira.
O presidente também confirmou que o pedido de afastamento é uma retaliação por ele não ter cedido a chantagens para que demitisse o CEO Fred Luz e o executivo de futebol Fabinho Soldado. “Não quero um executivo que, com dinheiro, vá buscar bons atletas. Fomos buscar alguém que conhecesse de futebol (o Fabinho). Está gravado em ata de conselho, conselheiros falando: ‘Você tem até dia 23 para mandar embora, senão vamos para cima’”, relatou.
Segundo o Cori, o afastamento é recomendado por a presidência supostamente não ter mostrado contratos que teriam sido assinados sem licitação, não ter contratado auditoria externa e não ter apresentado balanços ao conselho. As acusações foram negadas por Melo.
“Nunca uma gestão esteve tão transparente e com departamentos abertos para tirar qualquer dúvida. Eles têm toda liberdade para ir lá investigar. É obrigação deles. Foram eleitos para isso.”
Melo também defende que o clube faz uma gestão profissional da dívida e revelou que o Corinthians tem cerca de R$ 50 milhões bloqueados judicialmente. “Fomos buscar receita, equacionar. Por isso pedimos ajuda para todo mundo parar de manchar a imagem do Corinthians. Não temos como pagar tudo hoje, mas o Corinthians está voltando a ser bom pagador”, disse.