POLÍTICA

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Rodolfo Mota diz não ter recurso para colocar hospital em funcionamento

Fernando Klein

| Edição de 21 de novembro de 2024 | Atualizado em 21 de novembro de 2024

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Em entrevista ao TNOnline na manhã desta quinta-feira, o prefeito eleito de Apucarana, Rodolfo Mota (União Brasil), fez um balanço da transição de governo e mostrou preocupação com as dificuldades financeiras do município, tanto agora como no início do mandato.

Construído pela atual administração, o Hospital de Apucarana, por exemplo, está entre as preocupações do prefeito eleito. A obra deve ser inaugurada até o final do ano pelo atual mandatário Junior da Femac (MDB), mas Rodolfo afirma que não há recursos para manter o prédio funcionando como hospital em 2025.

“A obra vai custar R$ 24 milhões, mas o primeiro ano de funcionamento desse prédio, como está anunciado, vai custar mais do que a obra, quase R$ 30 milhões. É como se construísse um prédio daquele por ano. Nós não temos dinheiro para construir um prédio daquele por ano. Como vai fazer? Nós estamos entendendo esse processo, isso vai precisar passar pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e por um enxugamento de despesa na Autarquia de Saúde para poder sobrar dinheiro lá. Mas hoje o fato é: não tem R$ 25 milhões, R$ 30 milhões no caixa e no orçamento para tocar esse prédio como hospital no ano que vem”, disse.

Rodolfo Mota também reclama do orçamento de Apucarana para 2025 que, segundo ele, é pequeno em comparação com outras cidades do mesmo porte, como Arapongas e Umuarama. O orçamento previsto para Apucarana em 2025 é de R$ 644,5 milhões, conforme projeto em tramitação na Câmara de Vereadores.

“O nosso orçamento é muito ruim. Temos, por exemplo, R$ 100 milhões a menos que Arapongas (para 2025), que tem uma população com o número de 12 mil habitantes a menos. Umuarama, que tem 17 mil habitantes a menos, também tem R$ 170 milhões a mais no orçamento para o ano que vem. Vou brigar, lutar e suar sangue para arrumar R$ 150 milhões para fazer as obras que Apucarana precisa”, disse na entrevista ao TNOnline, fazendo referência ao pacote de obras estruturantes que ele apresentou ao governador Ratinho Junior (PSD) no começo deste mês.

Ele diz contar com apoio do próprio governador Ratinho Junior (PSD) e de deputados parceiros para ajudar na busca das verbas necessárias.

Apesar das dificuldades, Rodolfo Mota afirma que vai agir com “planejamento e organização” para superar esses desafios financeiros, já que a população, segundo ele, sinalizou na eleição de outubro que quer mudanças nos rumos da cidade. “Vamos trabalhar com organização: planejar, executar e comunicar com as pessoas”, pontuou.

Sistema de transporte público será revisto pela futura gestão

O prefeito eleito Rodolfo Mota apontou ainda dificuldades em relação ao transporte público de Apucarana e anunciou que mudanças serão feitas logo no início da sua gestão. “Esse sistema vai ser revisto. Parece que a Prefeitura está devendo, estão falando na casa de R$ 10 milhões. O transporte público de Apucarana é um problema. Eu preciso de mais dados, mas é só ver a condição do Terminal Urbano”, disse. Sobre a escolha da pedagoga Ana Paula do Carmo Donato, irmã do deputado estadual Paulo Rogério do Carmo (União Brasil), para Secretaria da Educação, ele disse que o objetivo foi encontrar alguém com “um traço acolhedor”, mais focada na gestão de pessoas, com uma gestão técnica.

Sobre as críticas por buscar alguém de fora, ele afirma que a nova secretária já mudou com a família para Apucarana e citou que ela tem experiência de mais de 30 anos na área. O prefeito eleito também comparou a situação com o ex-secretário de Educação, Renato Feder, que veio de São Paulo a convite do governador Ratinho. “O tempo dirá se a escolha foi certa. Nada supera o trabalho”, disse. Rodolfo, que prometeu anunciar mais nomes do secretariado nesta sexta-feira (22).