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Caem pedidos de recuperação judicial

Aline Andrade

| Edição de 13 de junho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Nos últimos 18 meses o número de pedidos de recuperação judicial de empresas em Arapongas caiu 75%. Entre dezembro de 2015 e novembro de 2017 - no auge da crise econômica -, 8 empresas impetraram ações desta natureza nas duas varas cíveis da Comarca, colocando a cidade em 4º lugar no Paraná nos pedidos de recuperação judicial. Já no ano de 2018 até maio de 2019, apenas duas empresas ingressaram com pedidos: a varejista Romera e parte do grupo de empresas que integram a Somopar.

Para Irineu Munhoz, presidente do Sindicato das Indústrias Moveleiras de Arapongas (Sima), este panorama demonstra que as empresas estão buscando ser mais eficientes, reduzindo custos e procurando novas opções de receita como exportação, em alguns casos. “Buscar novas parcerias e principalmente a redução de custos das empresas fizeram diferença. A economia também começou a se recuperar lentamente nos últimos anos, o que tem favorecido esse quadro”, observa.
Para Munhoz, a economia parou de decrescer e teve uma melhora, porém ainda não chegou ao ponto de gerar um crescimento industrial notável. Na avaliação dele, o mercado apenas se estabilizou. “Arapongas tem uma indústria forte que hoje se encontra em situação estável, esperando que a economia reaja para crescimento e geração de empregos”.
Uma das empresas que passa por recuperação judicial em Arapongas, é o grupo Simbal. A empresa fabricante de móveis, colchões e estofados, pediu recuperação judicial em 2015. De lá para cá, já realizou centenas de demissões, encerrou as atividades de algumas unidades e fez o remanejamento de outras, tudo para equilibrar as finanças, como explica o advogado que representa a Simbal, Luis Gustavo Colanzi. “Além de demissões, a empresa fez algumas reavaliações de custos operacionais e isso tem sido feito de forma gradativa. Estamos nos reestruturando e enxugando o que dá para enxugar. Nossa prioridade hoje é manter os setores que estão em atividade”, revela.
Sobre os pagamentos de dívidas, o advogado conta que o processo ainda não liberou a quitação com os credores. Nesse montante, também estão algumas dívidas trabalhistas.
“Os pagamentos da recuperação judicial para credores serão feitos basicamente com imóveis e é moroso esse processo. Ainda estão em tramitação inclusive algumas ações trabalhistas aguardando liberação. Já foram liberados R$ 500 mil para pagamentos de algumas ações, mas outras seguem aguardando dentro do processo de recuperação”, explica.
Em relação a geração de empregos, o advogado da empresa conta que apenas contratações pontuais ou algumas substituições são feitas no momento. “Nosso objetivo por hora é de tentar manter os 900 empregos atuais, nos estruturando e mantendo os setores que hoje funcionam na empresa”, disse.

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