A situação dos moradores de rua de Apucarana voltou a ser foco de debate em Apucarana após o latrocínio (roubo seguido de morte) envolvendo dois idosos na semana passada. Segundo a Polícia Civil, o crime foi praticado por dois usuários de crack sem endereço fixo. Um deles foi preso e o outro acabou morrendo após reagir à abordagem policial, segundo o 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
A Secretaria Municipal de Assistência Social estima que a cidade tenha hoje cerca de 60 moradores em situação de rua. Desde total, pelo menos 15 vivem alojados em pontos fixos da cidade, enquanto os demais circulam pela área central e bairros próximos.
A secretária Jossuela Pirelli afirma que a situação preocupa. No entanto, ela assinala que este é um problema da maioria dos municípios brasileiros. “Conversei com o prefeito (Junior da Femac) e ele comentou que o tema dos moradores de rua foi discutido na reunião da Frente Nacional dos Prefeitos em Brasília. É um problema geral”, comenta a secretária.
Ela, no entanto, observa que o número de moradores de rua muda constantemente. Há muita circulação dessas pessoas entre as cidades. No Cadastro Único (Cadúnico), por exemplo, a cidade tem 148 moradores de rua cadastrados. São pessoas que apresentaram como endereço Apucarana. No entanto, essa lista inclui os internos da Casa de Misericórdia e também pessoas que podem já ter indo embora.
“Nós temos o atendimento dessa população de rua no Centro Pop. No local, eles têm acesso a um banho, café da manhã, almoço e atendimento social e psicológico. No entanto, nem todos procuram pelo serviço e preferem ficar nas ruas. É um trabalho difícil por conta do perfil dessas pessoas, que perderam, muitas delas, o vínculo familiar e enfrentam problemas com drogas e alcoolismo”, comenta.
Ela afirma que o Centro Pop, atualmente em funcionamento na Rua Desembargador Clotário Portugal, 25, ganhará uma nova sede. “Estamos procurando um novo espaço mais adequado para o atendimento desse público”, antecipa a secretária municipal.
Com a relação à situação criminal, ela afirma que esse é um trabalho da polícia, mas observa que as equipes do município fazem abordagens e procuram dar o melhor encaminhamento para essas pessoas quando há essa vontade da parte delas. (FERNANDO KLEIN)