As obras da primeira unidade prisional sem armas e algemas do Vale do Ivaí começa a ganhar forma em Ivaiporã. No local, seis detentos da 54ª Delegacia Regional de Polícia trabalham todos os dias na construção de um muro de aproximadamente 400 metros por 3 metros de altura. A unidade prisional que está sendo instalada no antigo asilo terá metodologia diferenciada, um modelo de prisão com destaque na reeducação e reinserção social do encarcerado e é administrada pela Associação de Proteção aos Condenados (APAC).
Os seis detentos que trabalham na obra são acompanhados voluntariamente por Varlei dos Santos, membro da APAC de Ivaiporã. Ele relata que os detentos começam a trabalhar às 8 horas e deixam o serviço às 17 horas. “Pela metodologia, eles tem o compromisso de ajuda mútua, e cada um tem a sua tarefa. Terminado a tarefa, o recuperando tem obrigação de ajudar quem ainda não concluiu o serviço”, relata Santos.
Santos explica que a cada três dias de trabalho, os encarcerados podem ter um dia de remissão da pena. No momento, eles trabalham no muro, depois de concluído, será realizada a reforma e a concretagem do forro do espaço, onde ficarão as celas. “Acredito que em duas ou três semanas vamos concluir o muro. A partir daí faremos a reforma dos prédios onde funcionará os regimes semiaberto e fechado”.
A prefeitura, além de fazer a cessão de uso do terreno para a APAC, também colabora com os materiais de construção do muro. “O método comprova que é possível reintegrar um recuperando ao convívio social. Dessa forma, com a união de toda a sociedade a APAC de Ivaiporã também será exemplo de ressocialização no Estado do Paraná”, afirma o prefeito Miguel Amaral.
Segundo o voluntário da APAC, Varlei dos Santos, a previsão para o início funcionamento da unidade é de aproximadamente seis meses. “A princípio teremos 12 recuperandos daqui de Ivaiporã, e dois de Manoel Ribas que cumprem pena na APAC de Barracão. Eles vão nos ajudar a implantar a metodologia apaqueana aqui na unidade de Ivaiporã”, comenta Santos.
O atendimento envolve a saúde, o trabalho e o estudo, utilizando métodos de Justiça Restaurativa. Para participar, os presos devem apresentar bom comportamento.
