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Disparada do preço da carne já provoca redução da procura nos açougues

Cindy Santos e Silvia Vilarinho

| Edição de 06 de dezembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A alta de até 47% no preço da carne bovina impactou o movimento dos açougues de Apucarana e Arapongas. Donos de estabelecimentos do ramo afirmam que a clientela diminuiu. E, segundo os comerciantes, consumidores que não abrem mão da “mistura” estão preferindo as carnes de porco e frango, que não encareceram na mesma medida que os cortes bovinos.
Em Apucarana, a alta maior foi de 47,14% no quilo do acém que agora custa R$ 25, enquanto o preço do músculo subiu 25%, sendo praticado a R$19,99. O preço da picanha aumentou 43%, sendo comercializada a R$ 50 e a alcatra 23%, vendida a R$ 32. 
De acordo com a proprietária de um estabelecimento Elaine Querubim, o movimentou caiu muito. “O frango e o porco subiram um pouco menos, e a procura por esses produtos cresceu. Já a carne de boi, muitas pessoas estão escolhendo os cortes como músculo, por exemplo. Algumas pessoas que compravam carne de boi de primeira agora estão levando carne de segunda”, detalha Elaine. 


A comerciante afirma que se assustou quando soube do aumento. Ela pagava R$ 11,10 no quilo do boi, agora paga R$ 16. “Quando subiu, levei um susto, e também estou sofrendo com isso. Quem tem um poder aquisitivo maior, até compra carne, mas muitas pessoas não podem. É difícil”, finaliza Elaine.  
Outra proprietária de uma casa de carnes Ângela Gimeni, conta que percebeu uma queda entre 5% a 10% no movimento. “As pessoas estão comprando mais frango ou porco. Mas sabemos que quem come carne, não vai deixar de comer. Quem gosta de churrasco não vai deixar de fazer, mas com certeza a rotina de casa muda”, explica.  
A apucaranense Camila de Fátima Oliveira Miranda já mudou o cardápio. Agora o ovo está mais presente na mesa. “A gente se vira como pode, carne não tem como deixar de comer, nosso salário continua o mesmo e precisamos lidar com esses aumentos da melhor forma. Aqui em casa agora tem mais ovo, linguiça e frango. Também faço mais carne de panela. A bisteca mesmo, agora só em ocasiões especiais”, comenta. 

ARAPONGAS
Em Arapongas, o corte com maior alta também o acém que subiu 42,32%, sendo vendido a R$ 26,98. Já o quilo do músculo aumentou 38,19%, e agora custa R$ 25,98. No setor das carnes de primeira, a picanha subiu 34,96% sendo comercializada a R$ 57,90 e a alcatra, que aumentou 33,44%, é vendida a R$ 39,90. 
“Isso está fora da realidade do brasileiro. Infelizmente o movimento caiu e vai cair mais ainda se não houver uma queda nos preços”, avalia Fernando Sanches Leite que é dono de um açougue. 
Leite trabalha há 30 anos no ramo e afirma que nunca presenciou um aumento de preço tão impactante. “Se o preço não baixar, muitos estabelecimentos vão fechar as portas”, afirma. 

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