O preço da cesta básica voltou a subir. Entre os meses de dezembro do ano passado e janeiro, a compra dos 13 itens ficou 6,47% mais cara em Apucarana, passando dos R$ 569,20 para R$ 606,04, uma diferença de R$ 37,04.Em Arapongas a alta foi ainda maior: 7,5%. O levantamento é do Núcleo de Conjuntura Econômica e Estudos Regionais (Nucer) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) com base nos preços praticados em supermercados.
Dos 13 itens, dez encareceram na passagem entre dezembro e janeiro em Apucarana. As maiores altas, entretanto, foram registradas no preço da batata, que encareceu 38,94%, seguida do tomate (23,88%) e banana prata (11,06%). Pão francês (5,28%), carne bovina (4,43%), café em pó (2,04%), óleo de soja (1,36%), feijão (1,25%) e a manteiga (0,06%) também ficaram mais caros. Os itens que apresentaram reduções de preços foram o arroz (-1,35%) e o açúcar cristal (-0,37%). O preço da farinha de mandioca se manteve estável.
A pesquisa também é feita no município de Arapongas onde a compra passou de R$ 612,06 em dezembro para R$ 657,98 em janeiro, um aumento de R$ 45,92. Dos 13 itens, doze registraram alta. Os alimentos que tiveram os maiores aumentos de preços foram a banana prata, que ficou 28,09% mais cara, seguida do tomate (27,84%) e batata (19,20%).
Feijão (4,73%), café em pó (4,11%), carne bovina (3,27%), manteiga (2,87%), arroz (2,56%), farinha de mandioca (2,45%), leite (1,41%), açúcar (1,36%) e óleo de soja (0,13%) também encareceram. O único item com redução de preços foi o pão francês, com leve queda de 0,03%.
O economista Rogério Ribeiro, que é coordenador da pesquisa, destaca que os preços continuam sendo impactados pelo câmbio. “Em 2021 tivemos muita pressão nos preços dos alimentos e dos serviços monitorados por contratos. Os alimentos subiram muito por conta do preço internacional e do câmbio. Outros fatores que pesam na composição dos custos são os preços da energia elétrica e taxa de água e esgoto”, comenta.
Ele também afirma o reajuste nos dois municípios surpreendeu. “Nas capitais brasileiras também subiu, mas aqui foi muito acima”, comenta.
A pesquisa nacional, divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que em 16 das 17 capitais a cesta básica ficou mais cara. A alta mais expressiva ocorreu em Brasília (6,36%). Em Curitiba, houve um aumento de 1,20% e a cesta custa R$ 636,57. Entre as capitais, a cesta básica mais cara é a de São Paulo: R$ 713,86.
Segundo o economista, a inflação pode começar a dar trégua nos alimentos apenas a partir de março. “A inflação acumulada em 12 meses deve se manter em tendência de alta até março. Depois é possível que os juros elevados reduzam a pressão da demanda sobre os preços”, comenta.