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Jardim Alegre confirma epidemia de dengue

Cindy Santos

| Edição de 13 de fevereiro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Mais um município do Vale do Ivaí registra epidemia de dengue. Com 106 casos confirmados no relatório semanal da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Jardim Alegre alcançou índice epidêmico. Em todo estado são 62 cidades em situação de epidemia em todo o Paraná, 12 a mais que o último boletim. 

Conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde, um novo levantamento foi providenciado pelo município para atualizar a quantidade de casos. 
A secretária de saúde de Jardim Alegre, Silvia Bovo Tsechuk realizou uma reunião na terça-feira com os médicos do município para informar sobre a situação do município para que os profissionais orientem a população. Ontem outro encontro foi feito com os demais servidores para reforçar as orientações. 
Este é o terceiro município da região em surto da doença. Na última atualização, Ivaiporã, localizado a apenas 11 quilômetros de Jardim Alegre, confirmou quase 692.  “É uma situação emergencial que gera muita preocupação. Vamos orientar os doentes para que se mantenham hidratados para que se recuperem e os demais moradores que tenham consciência e eliminem os criadouros do mosquito”, orienta a secretária. Com 25 casos, Godoy Moreira também está  lista dos municípios em epidemia. Os três municípios pertencem à área de abrangência da 22ª Regional de Saúde de Ivaiporã.

MORTES
O relatório da Sesa também apontou para seis novas mortes foram registradas nos municípios de Jesuítas, Peabiru, Maringá, Ivatuba, Paiçandu e Sertaneja, totalizando 13 mortes no Estado. Os dados apontam 20.563 casos confirmados, 5.866 a mais que na última semana e 3.446 em investigação. O número de notificações subiu para 64.825, um aumento de 31,05% em sete dias.

Arapongas adota bloqueios com aplicação de inseticida
Em Arapongas, equipes do setor de Endemias estão realizando bloqueio com inseticida em diversas regiões do município. De acordo com Valdecir Pardini, coordenador do departamento, a medida tem por objetivo eliminar os mosquitos  que circulam pela cidade. 
“Recebemos 50 litros do inseticida Malation, fornecido pela 16ª Regional de Saúde (RS), na última sexta-feira e já iniciamos os bloqueios nos locais onde temos incidência de pacientes com suspeita de dengue e que não saíram do município, os chamados casos autóctones. Esse trabalho é de extrema importância, porque se o mosquito picar alguém doente, a doença pode se espalhar”, explicou Pardini. 
Os bloqueios são realizados num raio de 300 metros das casas onde moram pessoas infectadas ou com suspeita da doença. A aplicação do inseticida é feita por agentes que utilizam bomba costal. As aplicações  começaram pela zona Sul, passando pelos Conjuntos Piacenza e São Bento. Em seguida, foi realizada a aplicação no Conjunto Corina Pugliese e finalizando os bloqueios nesta semana, a equipe trabalha no Jardim Aeroporto. “O trabalho está sendo feito em diferentes regiões da cidade porque as notificações não estão concentradas. É importante frisar que não será possível aplicar o veneno em toda a cidade, devido a quantidade que foi recebida, portanto, a prioridade, são os locais com notificações”, ressaltou Pardini. 
De acordo com o último boletim epidemiológico, Arapongas tem 169 notificações de suspeita da dengue, sendo 12 confirmados até o momento. 
Na última semana, a 16ª Regional de Saúde de Apucarana divulgou os dados de infestação do mosquito Aedes Aegypti nas cidades da região. Arapongas foi o único município a não apresentar o levantamento.
De acordo com Pardini, não foram destacadas equipes para realizar o levantamento. “Entendemos que neste momento, a nossa prioridade é o combate ao mosquito e os focos da dengue, por isso, decidimos que nossos agentes não deveriam ficar uma semana dedicados a trabalhar com levantamentos, mas sim, com tratamento focal nos criadouros da cidade”, ponderou o coordenador de Endemias de Arapongas.
Para o chefe da 16ª Regional de Saúde de Apucarana (RS), Altimar Carletto, a atitude não é ideal, porém, fica a cargo de cada município a realização dos levantamentos. “A opção é de cada departamento e não há reprimendas neste sentido, apenas o prejuízo de dificuldade de acesso a dados. O ideal é que se faça o levantamento e o combate ao mesmo tempo, porém cada município conhece sua prioridade nesses casos”, detalha Carletto.

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