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Rio Ivaí está 2 m abaixo do nível normal

Ivan Maldonado

| Edição de 21 de julho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Com pouca chuva nos últimos meses, o Rio Ivaí está dois metros abaixo do nível em alguns pontos. Ontem, sobre ponte do Porto Ubá, em Lidianópolis, o nível de água medido às margens do rio era de apenas 70 centímetros, gerando alerta entre pescadores.


Historicamente, no segundo trimestre do ano são esperados cerca de 600 milímetros de chuva na região. Contudo, até o agora o volume foi de apenas 131,1 milímetros, ou seja, 78% abaixo da média. A última chuva registrada foi em 30 de junho, de apenas  0,9 milímetros. 
Conforme Marildo Oliveira, secretário da Associação dos Pescadores do Porto Ubá, a vazão do rio está no limite. “De 80 cm a 1 metro onde medimos é considerado um patamar bom para pesca. Abaixo de 60 centímetros aí pode dar problema, começa a faltar oxigênio na água. Se o nível baixar mais, além do peixe não crescer ainda há o risco de mortandade. Pelo clima que está aí se não chover entre 10 e 15 dias isso pode ocorrer”, comenta. 
A estiagem também está revelando alguns ‘segredos’ do rio. Na localidade de Salto da Fogueira, em Borrazópolis, a baixa do rio revelou uma série de gravuras em pedras que estão intrigando moradores.  
As pedras de boa parte do salto, que não eram vistas há pelo menos 50 anos ficaram à vista. “Aqui antes, a água chegava a uns 60 centímetros, hoje dá para andar sobre as pedras” , relata o agricultor Paulo Istchuk. 
Foi o agricultor que percebeu o surgimento das algumas imagens em pedras que parecem corresponder a "petroglifos", que são gravuras rupestres gravadas nas rochas. As pedras estavam submersas e só foram reveladas pelo baixo volume de água. 
“Eu nasci aqui no Salto da Fogueira e nunca tinha visto nada igual a essas gravuras”, comenta Istchuk. 

ABASTECIMENTO
O  volume insuficiente de chuva também está trazendo preocupação para moradores de municípios que tem rios como manancial principal. 
Conforme Gilberto Taborda, gerente do escritório regional da Sanepar em Ivaiporã, pelo menos três cidades que integram a regional já estão com dificuldades de abastecimento de água. 
“Em Godoy Moreira, o rio está secando e tivemos que fazer uma barragem de contenção. São João Ivaí vinha também com dificuldade, só que tínhamos um plano b, e antecipamos a operação de um poço, o que amenizou a situação. Em Lunardelli nós estamos abastecendo com três caminhões-pipa puxando cerca de 510 metros cúbicos por dia”, conta. 
Ainda segundo Taborda, a situação mais tranquila é na cidade de Ivaiporã, onde foi implantado em 2015 o projeto Cultivando Água Limpa no Rio Pindaúva. O projeto concede incentivos financeiros aos proprietários rurais que recuperam e preservam minas d’agua em suas propriedades. 
“Como resultado a vazão do Rio Pindaúva aumentou 338 metros cúbicos por hora. O que a gente capta hoje em dia, é o volume que as minas do programa abastece o rio”, enfatiza Taborda. 

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