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Sem medo de investir em meio à crise

Cindy Annielli

| Edição de 25 de outubro de 2015 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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Diante de um cenário econômico pouco otimista, investir em um negócio próprio pode ser uma saída para superar a crise. Esta é a constatação da chef de confeitaria Lucimara Vertuan, de Califórnia. Ela, formada pelo MasterChef Junior Group International, e o esposo, chef Guilherme Silva, especialista em escultura em frutas (Fruit Carving), com formação nos Estados Unidos e Tailândia, inauguraram um bistrô no centro da cidade há duas semanas.

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O ambiente familiar e acolhedor traduz a essência do casal. Juntos há sete anos, os dois já comercializavam de casa produtos como bolos, pães e doces. “Tudo feito com muito amor e carinho”, ressalta Lucimara.

Antes da loja física, as vendas se concretizavam somente pela internet. Mas a fase instável da economia fez com que o casal decidisse reagir e expandir, visando ampliar o alcance e aumentar as vendas.

A ideia era dar mais visibilidade ao negócio, no entanto, o período é de economia. Para isso, os dois se mudaram para uma casa maior, no centro, e destinaram parte do imóvel para recepcionar clientes e expor os produtos.

“Unimos o útil ao agradável. Criamos um espaço para atender melhor o cliente e pagamos um aluguel, uma conta de luz e uma de água”, conta Silva.

Os empresários apostam na qualidade e inovação como uma ferramenta para alcançar o sucesso. “Só trabalhamos com produtos de primeira, sem glúten, sem adoçante e lactose, tudo natural. E sempre inovando com novas receitas, procurando sempre agradar o consumidor”, acrescenta Lucimara.

Os dois afirmam que todo este empenho fideliza a clientela e minimiza os efeitos da crise. “Temos clientes que vem de longe só para comprar nossos produtos e, como recompensa, fazemos sorteios para agradecer a preferência”, conta.

ARAPONGAS

Em Arapongas, os amigos Adriano Medeiros e Ebert Rodrigues formam outra dupla de empreendedores que decidiram apostar no mercado, mesmo em fase pouco próspera. No mês que vem, os sócios inauguram um pub (conceito de bar britânico), com a proposta de melhorar a cena de entretenimento da cidade.

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“Um amigo economista disse que não é o momento de investir, mas somos otimistas, porque quem não arrisca, não petisca”, confidencia Medeiros.

Rodrigues afirma que não é um “tiro no escuro”. “Fizemos uma pesquisa para saber se existe público e constatamos que a cidade está carente deste tipo de entretenimento”.

De acordo com ele, a proposta é oferecer um ambiente agradável com música ao vivo e comida rápida, com alternativa de reservas para eventos como aniversários e confraternizações.

AUTONOMIA

Para aumentar sua renda, o apucaranense Patrick Araújo Ribeiro, 28 anos, tomou coragem e abandonou a segurança de um emprego com carteira assinada e montou seu próprio negócio. Há menos de um mês, ele presta serviços de instalação de portões, cercas elétricas, interfones, além de prestar manutenção elétrica em geral.

O novo empresário diz que o cenário atual não o deixou muito preocupado. “Não achei tão arriscado porque ainda não tenho custo com aluguel nem funcionários. É uma área que sempre tem serviço e eu preciso melhorar a minha renda”, relata Ribeiro, que é casado e tem um filho de 1 ano e 8 meses.

Ribeiro diz que ainda é cedo para falar em lucro, mas a expectativa é que a renda familiar aumente mais de 100%. “Estou trabalhando mais para pagar as ferramentas que comprei. Por isso não estou tendo tanto lucro. Mas assim que a empresa estiver estabilizada as coisas vão melhorar muito”, anima-se.

Sebrae orienta análise prévia de mercado

As recomendações para quem pretende abrir um negócio próprio valem tanto em épocas de crise, quanto em épocas de economia próspera. A dica do consultor do Sebrae em Arapongas, Julio Cesar Rodrigues, é fazer um bom planejamento e identificar a dinâmica do mercado. “A orientação é avaliar o mercado de consumo e identificar qual expectativa do seu potencial cliente. Se possível, visitar empreendimentos do mesmo ramo para medir o fluxo de pessoas. O que estão comprando? Qual a reação do consumidor neste momento?”, orienta.

De acordo com Rodrigues, todos os setores são potenciais de investimento. Conhecendo melhor as necessidades do público alvo, identificando previamente o número de equipamentos de trabalho, funcionários, entre outros, o empreendedor terá uma noção mais assertiva dos possíveis resultados a serem atingidos e reduz significativamente o risco.

“Notadamente, o que fará diferença em qualquer setor é o planejamento bem elaborado, uma boa pesquisa de mercado, conhecimento sobre o produto ou serviços que pretende oferecer e uma boa gestão de marketing para alcançar o seu potencial consumidor”, reitera.

O empreendedor pode obter muitas informações acessando www.sebraepr.com.br ou na central de relacionamento 0800-570-0800.