ABRAHAM SHAPIRO

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Como se faz um profissional

Da Redação

| Edição de 29 de julho de 2024 | Atualizado em 29 de julho de 2024

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Assisti a uma entrevista do renomado violinista israelense Itzhak Perlman. Perguntaram a ele: “Qual o segredo para se tornar um bom instrumentista?” A resposta foi incisiva: “Praticar. Um bom iniciante precisa de cerca de 2.500 horas, praticando sete horas por dia, para dar os primeiros passos. Depois, são necessárias outras 15.000 horas para se tornar impressionante. A grandeza vem do treino árduo. Contudo, só a prática não garante o sucesso. Após dominar o instrumento, o músico deve desenvolver intuição e sensibilidade para uma interpretação autêntica. Um robô pode tocar Mozart, mas sem sentimento. O mesmo vale para um instrumentista que possui apenas técnica.”

Vamos trazer as palavras de Perlman para a realidade do trabalho. E o que dizer de um recém-diplomado? Se o curso foi de qualidade, ele é apenas um profissional iniciante. Mas falta-lhe a prática, a aplicação repetitiva do que aprendeu na teoria. O que desenvolve a expertise é o dia a dia enfrentando problemas na área, além dos relacionamentos, da troca de ideias e da cooperação com outros profissionais.

Diplomas, MBAs e pós-graduações não garantem bom profissionalismo. Em um mundo onde muitos cursos superiores são negócios do tipo “pagou, passou”, quem pode confiar em certificados? O verdadeiro profissional apresenta desempenho palpável. É como um violinista: ou interpreta a partitura ou é só blá blá blá.

Lembre-se: papel de embrulho transforma qualquer porcaria em um presente lindo. Porém, depois de aberto, o papel sempre acaba no lixo.