Inovar é preciso. Essa já não é mais uma escolha, é condição básica para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade. Mas inovação não acontece sozinha. Ela exige ambiente favorável, articulação entre setores e atores, acima de tudo, um poder público disposto a liderar e fazer acontecer.
O poder público tem um papel estratégico dentro do ecossistema de inovação. Embora a construção desse ambiente seja coletiva, é o setor público que pode criar as condições para que as iniciativas ganhem escala, continuidade e alcance. Ao lado de universidades, empresas, associações e instituições de apoio, cabe à gestão pública atuar como articuladora, investidora e facilitadora, promovendo políticas e estruturas que favoreçam a inovação no território.
Em cidades de menor porte, esse papel se torna ainda mais decisivo. Além de impulsionar iniciativas existentes, o poder público deve liderar a criação de um ambiente favorável à inovação, conectando instituições, mobilizando recursos e promovendo parcerias.
O Paraná mostra isso com clareza. Em Ponta Grossa, o Estação Hub se tornou uma referência regional, com mais de R$ 5 milhões em investimentos e atuação direta da Prefeitura e da Secretaria de Inovação do Estado. Em Ivaiporã, o Korean Valley, com uma incubadora Agrotech, com investimento superior a R$ 3 milhões, é exemplo de como municípios pequenos também podem sonhar grande desde que o poder público tenha visão e articule boas parcerias.
Apucarana segue o mesmo caminho. O Parque Tecnológico do Vale do Ivaí para o Agro, com R$ 4 milhões em recursos estaduais, está em implantação. O Centro de Inovação Têxtil (Citex), da UTFPR, avança com R$ 4,5 milhões voltados a laboratórios, formação e incubação de negócios. E tudo isso só se torna realidade porque há envolvimento direto do poder público municipal, junto aos demais parceiros estratégicos do ecossistema.
Desde 2018, o Conecta Apucarana, liderado pela ACIA e com apoio de mais de 20 instituições, vem promovendo ações estruturantes. Foi por meio desse movimento, com apoio da Prefeitura, que foram criados o Conselho e o Fundo Municipal de Inovação. Em 2025, esse fundo recebeu R$ 400 mil para apoiar startups, projetos de estudantes e empresas locais. Também tivemos a aprovação da Lei do Sandbox, que facilita testes de soluções inovadoras com suporte regulatório.
Outras ações importantes só se tornaram realidade porque contaram com o envolvimento direto do poder público, que apoiou e apoia projetos locais, viabiliza parcerias e cria condições para que boas ideias se transformem em iniciativas concretas. É essa participação ativa da gestão municipal que garante que os projetos avancem, saiam do papel e contribuam com a transformação do ambiente econômico e social da cidade.
O que esses exemplos mostram é simples: quando há a participação do poder público, o ecossistema responde, cresce, se fortalece e começa a gerar impacto real na vida das pessoas.