A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2) realizou, neste domingo (7), a prova discursiva para preencher 3.652 vagas em 32 órgãos públicos. O exame ocorreu em 228 municípios, atraindo 42 mil candidatos.
Do total de inscritos, 80% compareceram às provas, resultando em uma abstenção de 20% no CPNU 2, ou seja, 8,5 mil candidatos que haviam passado na primeira fase não compareceram à etapa discursiva. Na fase inicial do concurso, em setembro, a ausência foi de 42,8%.
Os resultados preliminares, incluindo o espelho da correção da prova de hoje, serão divulgados em 23 de janeiro. Os candidatos poderão apresentar recursos entre 26 e 27 de janeiro.
A lista dos aprovados está programada para ser publicada em 20 de fevereiro. Confira todos os próximos prazos do CPNU 2 ao final deste artigo.
Em entrevista coletiva após o término da prova em Brasília, a ministra da Gestão e Inovação (MGI), Esther Dweck, celebrou o sucesso na aplicação do exame.
“As provas chegaram aos locais sem nenhuma intercorrência. Tudo ocorreu de forma muito tranquila. Em breve, iniciaremos a correção. Essa tranquilidade é resultado de um planejamento cuidadoso”, afirmou Esther.
As maiores taxas de abstenção foram registradas no Acre (27%), Amazonas (26%), Espírito Santo (26%), Rondônia (26%) e Santa Catarina (26%). Os estados com menor abstenção foram o Distrito Federal (15%), Piauí (17%) e Rio Grande do Sul (17%).
“Essa previsão [de abstenção] está dentro do esperado para um concurso com duas etapas. Foi uma abstenção significativamente menor do que no CPNU 1 e abaixo da média dos concursos em geral. Estamos muito satisfeitos, pois isso reforça a consolidação de um modelo de concurso”, completou a ministra.
Entre 2023 e 2026, o governo federal terá convocado 22 mil pessoas para a administração pública, excluindo universidades e institutos federais, cujas vagas são renovadas pelo Ministério da Educação (MEC).
A ministra Esther Dweck reconheceu que o número de convocados durante este terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aquém do necessário, considerando que, em dez anos, cerca de 180 mil servidores deixaram o serviço público.
Mesmo assim, Dweck ponderou que as 22 mil vagas preenchidas no atual governo fortalecem o setor.
“Quando o presidente Lula retornou ao seu terceiro mandato, observamos uma certa incapacidade do Estado brasileiro em implementar políticas públicas. Isso não se deve apenas à falta de pessoal, mas também à carência de instrumentos e vontade política na condução dessas políticas. Estamos retomando isso. O Ministério foi criado com o objetivo de recuperar as capacidades do Estado brasileiro”, explicou.
O MGI estima que, nos próximos 10 anos, a União deve perder 180 mil servidores que se aposentarão. Esther avaliou que o ideal seria realizar um Concurso Público Nacional Unificado a cada dois anos.
“Desde que concebemos [o CPNU], ele deveria ocorrer, no mínimo, a cada dois anos. Sempre vejo o modelo do Itamaraty como ideal, que é uma entrada de poucas pessoas todo ano. É muito bom para a administração pública ter certa previsibilidade, com a entrada constante de novos servidores, evitando descontinuidade”, comentou.
Mulheres
A maioria dos classificados para esta 2ª etapa do CPNU foi de mulheres, representando 57,1% do total de inscritos, enquanto os homens foram 42%. A ministra Esther Dweck afirmou que essa diferença se deve à política de equiparação de gênero entre a 1ª e 2ª fase do concurso.
A política de equiparação exige que, sempre que houver um número maior de homens para uma determinada prova, o MGI convoque mais mulheres para igualar o número de candidatos de ambos os gêneros.
“Sem a equiparação, em vez de 57% de mulheres e 42,9% de homens, teríamos 50% de homens e 49% de mulheres. A proporção seria bem diferente”, comentou.
Próximos prazos do CNPU 2
- De 8 a 17 de dezembro – período para caracterização de deficiência e confirmação e verificação das vagas de pessoas negras, indígenas e quilombolas.
- 8 de janeiro – resultado preliminar de avaliação de títulos.
- 9 a 12 de janeiro – Prazo de recurso para avaliação de títulos.
- 15 de janeiro – resultado preliminar das bancas de avaliação de autodeclaração para pessoas negras, indígenas e quilombolas.
- 16 a 19 de janeiro – Prazo de recurso da avaliação de pessoas negras, indígenas e quilombolas e de caracterização de pessoa com deficiência.
- 23 de janeiro – nota preliminar da prova discursiva e divulgação do espelho de correção.
- 26 e 27 de janeiro – Prazo para recursos da prova discursiva.
- 20 de fevereiro – publicação da lista dos aprovados de vagas imediatas e lista de espera. Início do processo de três chamadas.
- 16 de março – data final após as três chamadas e início das convocações para os cursos de formação ou para posse.
Com informações da Agência Brasil