A Embraer, renomada fabricante brasileira de aeronaves, conseguiu escapar de um aumento tarifário de 50% imposto pelos Estados Unidos. A empresa mantém sua confiança em eliminar a atual taxação de 10% sobre aviões e peças exportadas para o mercado americano, sem prever demissões no Brasil este ano.
Em uma apresentação dos resultados do segundo trimestre, o diretor-executivo Francisco Gomes Neto destacou o esforço contínuo para restaurar a tarifa zero. "Estamos felizes por ter reduzido de 50% para 10%, o que minimizou o impacto para nossos clientes. Estamos trabalhando para entregar as aeronaves e, paralelamente, nos esforçando para retomar a tarifa zero", afirmou.
A Embraer, que emprega 18 mil pessoas no Brasil, tem metade de sua produção destinada aos Estados Unidos. Desde abril, a empresa está sujeita a uma tarifa de 10% imposta pelo governo Trump. Recentemente, houve temor de que a taxação subisse para 50%, mas o governo americano decidiu excluir aeronaves, motores e peças do aumento tarifário.
Impacto nos Empregos
A cobrança de 10% representa um custo de US$ 65 milhões, cerca de R$ 350 milhões, impactando principalmente as partes de aviões executivos vendidos à subsidiária nos EUA. Contudo, a situação é mais gerenciável comparada à possível taxação de 50%.
"Voltamos a uma situação mais controlável, tanto que já incluímos o impacto das tarifas em nossas projeções financeiras. Estamos comprometidos em entregar todos os aviões planejados e não prevemos redução de quadro de funcionários", garantiu Neto.
Para os aviões comerciais vendidos aos EUA, o custo é repassado à empresa compradora, encarecendo o produto. Neto acredita que negociações podem restabelecer a tarifa zero, citando acordos recentes com o Reino Unido e Europa.
Mercado Americano
Os Estados Unidos representam o maior mercado de aviação do mundo, absorvendo 70% da demanda por jatos executivos da Embraer e 45% de aeronaves comerciais. A geração de empregos e investimentos nos EUA são vistos como trunfos para a retomada da tarifa zero.
A Embraer emprega quase 3 mil pessoas nos EUA, com planos de investir US$ 500 milhões em Dallas e Melbourne nos próximos cinco anos, criando 5,5 mil empregos até 2030. Caso o governo americano inclua o KC-390 em sua frota, a empresa projeta mais US$ 500 milhões em investimentos e 2,5 mil novos postos de trabalho.
Os aviões E175, com até 80 assentos, são considerados essenciais para a aviação regional americana, reforçando a expectativa de retorno à tarifa zero, com um saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões para os EUA até 2030.
Resultados Financeiros
No segundo trimestre, a Embraer entregou 61 aeronaves, incluindo 19 jatos comerciais, 38 executivos e quatro militares, superando as 47 do ano anterior. A previsão é entregar de 77 a 85 aviões comerciais e de 145 a 155 jatos executivos este ano, com uma carteira de pedidos de US$ 29,7 bilhões, a maior já registrada.
Sobre a Embraer
Fundada em 1969, a Embraer já produziu mais de 9 mil aviões para mais de 100 países. Com 23 mil funcionários, sendo 18 mil no Brasil, a empresa tem sede em São José dos Campos, São Paulo, e presença em Sorocaba, Botucatu, Gavião Peixoto, Florianópolis e Belo Horizonte. Internacionalmente, possui uma fábrica em Portugal e, nos últimos anos, contratou 5 mil pessoas para atender à crescente demanda.
Com informações da Agência Brasil