Por dia, uma média de 14 mulheres sofre algum tipo de violência na região. Dados do centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape), da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) mostram que neste ano foram 2.585 denúncias e dois feminicídios na área da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, que atende 26 municípios. Diante dos números alarmantes, vários municípios realizam hoje, Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a 3ª Caminhada do Meio-Dia, em memória das vítimas de violência e conscientização da população. A ação acontece simultaneamente em mais de 170 municípios do Paraná.
Em Apucarana, o ponto de partida será na Praça do Redondo de onde os participantes percorrerão a Avenida Curitiba até a Praça Rui Barbosa, onde haverá a soltura de balões brancos. À frente do evento está a primeira-dama e secretária da Mulher e Assuntos da Família, Karine Mota, que ressalta o objetivo de conscientização, sobretudo, das mulheres que estão vivendo relacionamentos abusivos.
“Queremos mostrar a essas mulheres que elas não estão sozinhas, que elas têm apoio. Em Apucarana temos a Delegacia da Mulher, a Procuradoria da Mulher e a Secretaria da Mulher, por onde tentamos ajudá-la por meio de cursos e especialização, pois sabemos o quanto é importante, pois muitas mulheres continuam no relacionamento por não ter uma fonte de renda”, comenta.
Apucarana não registra feminicídio desde 2023, contudo, o índice de violência contra a mulher é alarmante. Somente neste ano, foram mais de 1 mil denúncias, uma média de 6 casos por dia. Segundo a Sesp, metade dos casos registrados neste ano ocorreram em ambiente doméstico.
“É um número alto de violência e nem sempre é física, muitas vezes é psicológica ou até patrimonial. Temos que diminuir esse quadro. Por isso essa ação, para encorajar mulheres que estão em uma relação abusiva a saírem enquanto antes que ocorra algo mais sério”, ressalta secretária.
A mobilização ocorre no Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, estabelecido pela lei 19.873/2019, sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior em junho de 2019. A data de 22 de julho foi escolhida em referência à morte da advogada Tatiane Spitzner, assassinada pelo marido em 2018, em Guarapuava.
Dois feminicídios em 2025
Dados da Sesp apontam que, neste ano, quarenta mulheres foram vítimas de feminicídio no estado, sendo duas na região da 17ª SDP de Apucarana. As vítimas são a idosa Maria de Lourdes Frediani, de 76 anos, assassinada por em janeiro deste ano, em Jandaia do Sul, sendo o filho dela o principal suspeito. Conforme a Polícia Civil, a mulher foi encontrada morta dentro de casa com sinais de violência, com suspeita de esganadura.
A outra vítima é Sílvia Cristina de Andrade, de 43 anos, morta a tiros em abril deste ano, em Jardim Alegre. Segundo relato de testemunhas, o atirador entrou pela porta dos fundos da casa, usando uma balaclava e atirou contra a vítima. O suspeito é o ex-marido de Sílvia.