Neste ano, em média, o câncer de mama levou a morte quatro mulheres a cada mês na área da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) mostram que de janeiro a setembro foram registrados 36 óbitos pela doença na região. Somados os óbitos por câncer de colo de útero, com 20 registros no período, a média de mortes chega a seis por mês.
O levantamento aponta, ainda, que os óbitos decorrentes do câncer de mama cresceram 12,5%. Foram 36 neste ano contra 32 no mesmo período de 2023. Já as mortes por câncer de colo do útero diminuíram de 23 para 20 no período, queda de 13%.
Segundo o ginecologista Moacyr Sanches Mascaro, de Apucarana, a falta de prevenção prejudica o diagnóstico precoce das doenças, atrasando o tratamento e, consequentemente, piorando os prognósticos das pacientes. “Os óbitos ocorrem geralmente quando há falta de prevenção e a doença é detectada em estágio avançado”, comenta.
Em relação ao câncer de mama, o médico salienta as duas formas de prevenção são o autoexame, que pode detectar um nódulo na mama, e a mamografia. “Quando o diagnóstico é feito na fase mais precoce o tratamento é menos invasivo e tem menor índice de óbito”, afirma.
O Ministério da Saúde recomenda a realização do exame a cada dois anos entre os 50 e 69 anos. Abaixo dos 40 anos, a mamografia pode ser indicada para mulheres com suspeita de síndromes hereditárias ou para complementar o diagnóstico, em caso de nódulos palpáveis e se o médico determinar esta necessidade.
Já o exame Papanicolau deve ser feito anualmente para detectar alterações no útero e evitar câncer em estágio avançado. O exame é feito em mulheres a partir dos 25 anos, com vida sexual ativa e serve para identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero e da infecção pelo HPV, além de indicar se a paciente tem alguma outra infecção que precisa ser tratada.
O secretário municipal de Saúde de Apucarana, Emídio Bachiega, destaca o trabalho desenvolvido pela Autarquia Municipal de Saúde que oferta exames preventivos durante todo o ano. “As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) têm uma agenda de exames preventivos e o município também faz mamografia, tudo isso para evitar a mortalidade. Mas é necessário que a população faça a sua parte e procure o atendimento”, ressalta.
Bachiega salienta que o diagnóstico precoce oferece maiores chances de cura e aumenta a sobrevida de pacientes que sofrem com doenças graves, possibilitando que a intervenção seja realizada antes de prováveis agravamentos no quadro, ou seja, ainda em fases iniciais em que o prognóstico é positivo.
“Quando detectado precocemente, a chance de cura é grande. Então peço que as mulheres procurem atendimento e façam o autoexame”, orienta.