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Apucarana tem 341 pessoas em situação de ruas no CadÚnico

Cindy Santos

| Edição de 25 de agosto de 2025 | Atualizado em 25 de agosto de 2025

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O número de famílias/pessoas em situação de rua em Apucarana, registradas no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal, aumentou 11% neste ano, em apenas sete meses. Em janeiro eram 307 cadastros no sistema, número que subiu para 341 em julho, conforme dados da plataforma da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad). Se comparado a julho do ano passado, quando havia 254 famílias registradas, a alta é de 34%. No entanto, segundo a Prefeitura, perfil real dessa população ainda precisa ser mapeado.

A secretária municipal de Assistência Social, Fabíola Carrero, explica que é possível que o número seja maior, na prática, pois muitas pessoas estão de passagem pelo município e recusam atendimento. “Os números do CadÚnico são dos cadastros feitos no município, não necessariamente essas pessoas estão no município. Quando essas pessoas pegam outros trechos e não atualizam o cadastro, os números permanecem como sendo do município”, explica.

Neste ano, a secretaria identificou 70 pessoas em situação de rua que permanecem na cidade e são acompanhadas pela rede de apoio. O público é formado majoritariamente por homens com idades aproximada de 30 a 49 anos. Algumas mulheres, pessoas idosas e com deficiência também compõem o grupo.

Atualmente, uma média de 30 a 50 pessoas frequentam o diariamente Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop).

Segundo a secretária é difícil afirmar se o número de pessoas em situação de rua realmente aumentou, pois não existe um diagnóstico municipal para expressar essa realidade. “Iniciamos um trabalho de restruturação para que se possa ter condições de efetuar o diagnóstico, não só da população em situação de rua, mas de todos os serviços da assistência social, por exemplo, de violência, criança e adolescente”, explica.

REESTRUTURAÇÃO

A Secretaria de Assistência Social de Apucarana está reestruturando os serviços voltados à população em situação de rua. A iniciativa visa fortalecer a equipe de Abordagem Social e do Centro POP para garantir a efetivação das políticas públicas de forma intersetorial, assegurando os direitos dessa população.

De acordo com a secretária, a equipe de Abordagem Social atua no monitoramento e acompanhamento dos locais onde essas pessoas se concentram, como praças e áreas próximas a prédios públicos. “Não há local específico de concentração de pessoas, alguns preferem área central, praças, locais próximos de equipamentos públicos”, explica Fabíola. “A atual gestão está efetuando remodelação do trabalho social”, reforça.

De acordo com ela, o principal desafio com o público de situação de rua é a não adesão do que é pactuado com as equipes do Centro Pop, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) e demais serviços. “Os serviços da rede são oferecidos, mas infelizmente, são poucos os que aderem às propostas para a superação das ruas”, afirma.

Entre os motivos que colaboram para a situação de rua estão: desentendimentos familiares, desemprego, falta de acesso à outras políticas públicas, além do uso de algumas substâncias como álcool e drogas”, explica.