Com um aumento de mais de 400% no número de casos nas últimas semanas, Apucarana soma quase 800 registros de dengue e confirma situação de epidemia da doença. Ontem, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) anunciou que vai encaminhar três veículos para início da aplicação de fumacê no município como medida de contenção do mosquito.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, confirmou ontem o envio dos três veículos para intensificar ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti e iniciar hoje o ciclo de aplicação do inseticida. “Temos identificado um aumento no número de casos confirmados de dengue em Apucarana e tomamos a decisão, em conjunto com a 16ª Regional de Saúde, de enviar estes novos veículos afim de prover mais recursos para o controle do mosquito”, diz.
O panorama da dengue também foi discutido em reunião na tarde de ontem entre o prefeito Junior da Femac e o secretário de Saúde Emídio Bachiega. O prefeito destaca que o aumento de casos vem sendo enfrentado há meses. “Fizemos campanhas permanentes de prevenção e alerta nos meios de comunicação e também as redes sociais. Fomos a campo em todos os bairros com os nossos agentes comunitários de saúde e realizamos 40 mil vistorias”, lembrou Junior da Femac.
NÚMEROS
No início da segunda quinzena de dezembro, Apucarana somava 152 casos de dengue, segundo os números do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), que traz o panorama da doença em todo estado. A última atualização foi publicada em 19 de dezembro e ainda não foi retomada após o recesso administrativo de fim de ano.
Segundo dados divulgados ontem pela Sesa com base no Sistema Nacional de Informações (Sinan), Apucarana possui atualmente 1.439 notificações e 786 casos confirmados de dengue. Já os dados da AMS apontam para 1.457 notificações e 774 casos de dengue confirmados.
Os registros são contabilizados desde agosto, quando teve início o atual ciclo epidemiológico, e já ultrapassam todo o período anterior, quando Apucarana somou 502 registros em 12 meses.
Beto Preto pede conscientização da população
Segundo o secretário de Saúde Beto Preto, a aplicação do inseticida em ciclos é a melhor estratégia para o atual momento de evolução da epidemia, mas frisa que a ação é paliativa e faz um apelo para que a população colabore e se mantenha conscientizada na remoção dos focos do mosquito da dengue.
“É uma orientação nossa, de cima para baixo, mas quero lembrar que o que vai resolver mesmo é a limpeza de quintais e casas, essa limpeza comunitária que há mais de 30 anos é indicada no Paraná e em todo Brasil. É preciso que o morador faça essa tarefa, caso contrário, as portas da UPA, do Hospital da Providência vão continuar lotadas de pessoas com sintomas de dengue”, comenta.
Ele também destaca que a Sesa vem acompanhando o avanço de casos no município desde o ano passado, com reuniões entre as equipes da 16ª Regional de Saúde de Apucarana e os profissionais da Autarquia Municipal de Saúde (AMS).
Prefeito destaca medidas adotadas
O prefeito Junior da Femac destacou que a AMS adotou várias medidas de contenção, como a capacitação para mais de 500 profissionais de saúde sobre novos procedimentos no enfrentamento da dengue, a preparação de um local preferencial para atendimento de pacientes, a UBS Bolívar Pavão, além do reforço dos estoques de soro, que é um dos insumos de tratamento dengue.
Segundo o secretário da AMS, Emídio Bachiega, a dengue avança em todo o Paraná. “Em Londrina, em 19 de dezembro do ano passado foram 5.331 notificações e 944 casos.Também lembramos que na mesma data (19/12) em 2022, todo o Paraná registrou 2.002 casos de dengue; e agora na mesma data em 2023 soma 5.955 casos de dengue”.
“Vamos continuar combatendo permanentemente a dengue, pois se trata de uma ameaça séria que vem atingindo várias cidades do Paraná. É um flagelo que atinge todo o Brasil. O Governo Federal já se programa para ofertar vacinas contra a dengue e esperamos que chegue logo para que possamos aplicar e proteger a população”, diz o prefeito Júnior da Femac.