CIDADES

min de leitura - #

Depois do café, preço do ovo também impacta nas compras

Cindy Santos

| Edição de 19 de fevereiro de 2025 | Atualizado em 19 de fevereiro de 2025

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Depois do café, o ovo é o novo vilão do bolso no consumidor. O preço do ovo de galinha está 22% mais caro na região de Apucarana. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (Seab) apontam que em fevereiro do ano passado a dúzia do ovo branco custava R$ 9 valor que subiu para R$ 11 na cotação atual do preço no mercado para o consumidor final. Entre os fatores que pressionam os preços para cima estão a alta no custo do milho, encarecimento dos insumos de embalagem e temperaturas elevadas.

A chamada ‘crise do ovo’ tem ainda outras explicações, como o aumento sazonal da demanda do mercado interno. “O aumento do preço das carnes também impactou o preço dos ovos de galinha. Com isso o consumo dos ovos de galinha aumentou em substituição a carne vermelha. Também é normal os preços aumentarem nesta época devido ao período de quaresma que está se aproximando”, afirma o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) Adriano Nunomura.

Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) considera a alta nos preços dos ovos uma situação sazonal, comum ao período que antecede a quaresma. “Após longo período com preços em baixa, a comercialização de ovos se aqueceu pela demanda natural da época, quando há substituição de consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos”, explicou a entidade por meio de nota.

A associação justifica ainda que os custos de produção acumularam alta nos últimos oito meses, com elevação de 30% no preço do milho e de mais de 100% nos custos de insumos de embalagens.

Outros fatores explicam a ‘crise’. Segundo Silvio Barbosa Filho, que é diretor comercial de uma granja em Arapongas, o setor produtivo enfrenta outras dificuldades, como as altas temperaturas que levam à queda de produção e o abate de poedeiras mais velhas.

Ele também cita que o aumento das exportações, setor que está aquecido por conta da falta do produto nos Estados Unidos e outros mercados, e o período do mercado interno também afetam a demanda.

“Tem a volta das férias escolares, das férias das cozinhas industriais e das empresas. Isso tudo leva para a reposição dos estoques de ovos e consequentemente a procura pela proteína mais barata”, comenta.

Mesmo com esses fatores, a associação acredita que os preços voltarão ao normal até o final do período da quaresma.