Os golpes praticados no meio virtual triplicaram na região. Dados da Secretaria da Segurança Pública (Sesp-PR) mostram que em 2022 foram registrados 67 casos de estelionato por fraude eletrônica, número que subiu para 211 no ano passado, um crescimento de 215%. A alta neste tipo de crime também ocorre a nível estadual. O Anuário de Segurança Pública aponta que ano passado foram mais de 7 mil casos registrados pela Polícia Civil e Polícia Militar contra 5,7 mil do ano anterior, um crescimento de 22,4%.
Ainda conforme a Sesp, no primeiro semestre deste ano foram 76 estelionatos por fraude virtual consumados na área da 17ª SDP que abrange os 26 municípios do Vale do Ivaí. O número, entretanto, é 24% menor que as denúncias de golpes virtuais registradas no mesmo período do ano passado, quando 100 casos foram computados. Segundo a polícia, os crimes ocorreram em ambientes diversos como residências, comércios e até órgãos públicos.
Neste ano, oito municípios registraram este tipo de crime que envolve diversas modalidades como o golpe do Whatsapp, golpe do investimento e o golpe do pix que está entre os crimes financeiros mais comuns do país. Este último pode ser praticado de diferentes maneiras com falsificação de comprovante e venda falsa de produtos. Há também estelionatários que se passam por atendentes bancários e entram em contato com a vítima, como ocorreu com uma moradora de Novo Itacolomi que perdeu R$ 83 mil em junho deste ano.
Só nesta semana, mais dois moradores do Vale do Ivaí foram vítimas do golpe do pix e perderam mais de R$ 7,5 mil. Dos crimes ocorridos neste ano, quase 80% (56) foram em Apucarana, sede da 17ªSDP.
Para o delegado Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, chefe da 17ª SDP, a alta entre 2022 e 2023 ocorreu devido à falta de informação da população e a facilidade dos criminosos em agirem por meio da internet. “Os criminosos conseguem se esconder atrás de outras identidades, o que dificulta inclusive a investigação e gera impunidade. A internet ainda é um meio relativamente novo e continua sendo um prato cheio para a prática de crimes”, afirma.
Com intuito de alertar a população, a Polícia Civil do Paraná lançou neste ano a cartilha “Não Caia Nessa”, com informações e orientações sobre as diversas modalidades de golpes. O material descreve alguns golpes mais clássicos, como o do “bilhete premiado”, mas dá ênfase às novas armadilhas aplicadas por meio de canais eletrônicos. O documento apresenta uma série de informações sobre variados tipos de ações criminosas e como são aplicadas pelos vigaristas. Além disso, explica o que o cidadão deve fazer caso seja vítima de um golpe.
Segundo o delegado, o material pode ajudar a população a reconhecer e evitar cair em armadilhas financeiras. A cartilha pode ser encontrada no site www.policiacivil.pr.gov.br.
Fraudes eletrônicas podem ser cometidas de várias formas
•Considera-se meio virtual redes sociais, aplicativos de mensagens e ligações telefônicas
80% dos casos registrados neste ano na área da 17ª SDP foram denunciados por moradores de Apucarana