A colheita do milho segunda safra deve movimentar mais de R$ 1 bilhão nas áreas dos núcleos regionais da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) de Apucarana e Ivaiporã, que abrangem 28 municípios da região. Estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) aponta uma produção média de 1,2 milhão de toneladas do grão, cuja saca é comercializada a R$ 50, em média.
No núcleo de Apucarana, que atende 13 municípios da região, as condições climáticas das últimas semanas favoreceram o avanço da colheita que atingiu 60% de conclusão, aproximadamente. Conforme o Deral, a área plantada é de 81,5 mil hectares com estimativa de produção aproximada de 472,7 mil toneladas, o equivalente a 7,8 milhões de sacas de 60 quilos, comercializadas a R$ 51, em média. Com base na cotação atual, a safra deve movimentar R$ 401,8 milhões, aproximadamente, um aumento de 42% em relação ao ano passado.
Segundo o técnico do Deral, Adriano Nunomura, as geadas registradas em junho não causaram prejuízos significativos às lavouras de milho da área de Apucarana. “A maior parte das áreas estava na fase de maturação e as áreas mais prejudicadas foram as que estavam na fase de formação de grãos, ainda leitosos”, informa.
Apesar das geadas, o técnico considera que as condições climáticas deste ano favoreceram o cultivo do milho com estimativa de rendimento médio entre 5,8 mil a 6,3 mil quilos por hectare.
Em Apucarana, o secretário Municipal de Agricultura e presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural, João do Carmo da Fonseca, informa que o município deve produzir 1,8 mil toneladas de milho, ou seja, 120 sacas por hectare, com estimativa de movimentar R$ 99 milhões. De acordo com ele, os preços da saca de 60 kg de milho têm apresentado tendências de queda em várias regiões, sendo comercializadas a partir de R$ 52 a R$ 80.
No Núcleo Regional de Ivaiporã, que atende 15 municípios, a estimativa de produção do milho safrinha é de 754 mil toneladas, em média, que devem movimentar R$ 628,3 milhões. A expectativa é de safra recorde neste ano, puxada pela maior área plantada e pelo bom rendimento das lavouras.
De acordo com o Deral, os agricultores cultivaram 122 mil hectares neste ano. Em 2024, eram 109,4 mil hectares, alta de 11,5%. Além da ampliação da área, a produtividade também aumentou. A média histórica gira em torno de 200 sacas por alqueire. Em 2025, subiu para 250 sacas.
Segundo Sérgio Carlos Empinotti, engenheiro agrônomo do Deral, cerca de 75% da área já foi colhida. A maioria das lavouras teve bom desempenho, graças ao plantio antecipado, à escolha de sementes mais resistentes e ao uso de tecnologia.
A geada registrada no fim do ciclo atingiu cerca de 10% das lavouras, mas o impacto foi pequeno. “Mesmo onde o milho foi afetado, as plantas já estavam no final do enchimento dos grãos. Por isso, a perda foi pequena”, explicou Empinotti.
Preço do grão em queda
Se a produção cresceu, o preço caiu. A cotação do grão registrou queda de quase 38% durante a colheita. No início, a saca chegou perto de R$ 80. Agora, gira em torno de R$ 50. Mesmo assim, a alta produtividade tem ajudado a equilibrar as contas e garantir rentabilidade para muitos produtores. “Há uma defasagem, mas muitos estão segurando a venda e aguardando uma reação do mercado, principalmente com a retomada das exportações”, avaliou o engenheiro agrônomo Sérgio Empinotti, do Deral de Ivaiporã.
Ainda segundo Empinotti, o bom desempenho da safra também está ligado ao manejo adotado pelos produtores. As lavouras plantadas no período ideal, com boa adubação e controle de pragas, tiveram os melhores resultados.