A indústria moveleira de Arapongas vem se destacando com aumento da produção, geração de empregos e alta nas vendas no mercado nacional e internacional neste ano. Segundo o Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), o bom desempenho do setor resultou em um faturamento 12% maior em 2024 na comparação com o ano anterior. A projeção é de crescimento também para 2025.
O município, maior produtor de móveis do país, abriga mais de 300 empresas do setor que geram mais de 12 mil empregos com carteira assinada, segundo dados do Sima. Conforme o Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), dos 2.080 postos de trabalho criados entre janeiro a setembro em Arapongas, 1.025 (49%) contratações foram feitas pelas empresas de fabricação de móveis.
O bom resultado em 2024 também é fruto do aumento das vendas externas. Os móveis produzidos em Arapongas ocupam a primeira posição no ranking de produtos mais exportados da região. De janeiro a outubro deste ano, a indústria moveleira já faturou US$ 45,7 milhões apenas com as exportações - o faturamento total não foi revelado pelo Sima. O volume representa 73% de todas as vendas externas do município, que somam US$ 62,66 milhões de janeiro a outubro deste ano.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas, José Lopes de Aquino, destaca que, entre 2022 e 2023, o setor moveleiro experimentou um crescimento acima da média, com aumento significativo nas vendas tanto no mercado nacional quanto no internacional. Segundo ele, o resultado satisfatório vem se mantendo ao longo deste ano, com expectativa de crescer ainda mais. “A gente espera algum crescimento para 2025, mas em uma velocidade menor, por questões da acomodação de mercado”, comenta.
Embora tenha atingido um volume de produção acima da média, Aquino avalia que o polo moveleiro de Arapongas ainda não alcançou sua capacidade total instalada.“Temos capacidade de produzir muito mais. E apesar do crescimento de volume, as margens de lucro estão muito abaixo da necessidade das empresas. Além de crescer o volume, é preciso expandir a rentabilidade para que as empresas possam investir em tecnologia”, reforça.
Segundo o empresário, o rendimento das empresas é impactado pelos aumentos dos custos de mão-de-obra especializada, serviços de terceiros e das matérias-primas utilizadas na fabricação de móveis.
PARANÁ
Diversos ramos da indústria paranaense estão se destacando neste ano. De janeiro a setembro deste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção dos segmentos de bebidas, produtos de madeira, materiais elétricos e móveis cresceu, respectivamente, 13%, 12,5%, 28,5% e 13,1% em relação a 2023 no mesmo período. Em todos esses casos, o Paraná lidera o ranking nacional de expansão da produção.
Em bebidas, por exemplo, o crescimento foi 9,3 pontos percentuais acima da média nacional, de 3,7%. Na fabricação de móveis o resultado é 3,2 pontos percentuais acima da média nacional, de 9,9%.
No ranking específico da região Sul, o Paraná é líder também na fabricação de veículos automotores e papel e celulose, com taxas de crescimento de 9,6% e 2,2%, respectivamente, nos primeiros nove meses de 2024.