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Trigo perde espaço para o milho na safre de inverno

Da Redação

| Edição de 02 de maio de 2025 | Atualizado em 02 de maio de 2025

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Produtores dos 15 municípios atendidos pelo Núcleo Regional de Ivaiporã da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) devem reduzir a área de trigo em 2025. O motivo principal é a aposta no milho safrinha, que tem dado mais retorno.

Conforme informações do Departamento de Economia Rural (Deral), a área plantada caiu de 68 mil hectares em 2023 para 60 mil em 2024. Para esta temporada, a previsão é de uma nova queda caindo para 50 mil hectares, uma redução de 16%.

Segundo Randolfo Oliveira, engenheiro agrônomo do Deral, “os produtores priorizaram o milho. Plantaram primeiro a safrinha e deixaram o trigo para as áreas que sobraram”.

Mesmo com o preço do milho, R$ 60 por saca de 60 quilos, abaixo do trigo, que vale R$ 80, o milho compensa. O grão tem produtividade maior e menor risco.

“O pessoal desanimou com o trigo. No ano passado, por exemplo, o clima não favoreceu e teve produtor colhendo de 40 sacas por alqueire. Com a saca valendo a R$ 80 Isso não paga os custos”, explica Randolfo. Com clima ajudando a média da regional para o trigo é de 140 sacas por alqueire.

Ainda segundo Randolfo, o milho safrinha tem dado mais resultados. Além disso, o cereal tem mercado mais ágil. O preço varia, mas há compradores. O trigo, ao contrário, sofre com estoques altos e lentidão na comercialização.

“O milho se garante porque a produção é melhor. No ano passado, por exemplo, mesmo enfrentando a estiagem, alguns produtores da região conseguiram colher 200 sacas por alqueire. O trigo tem risco maior, custo elevado e retorno incerto”, resume o técnico do Deral.