Oprocesso de verticalização está redefinindo a paisagem urbana de Apucarana e aquecendo o mercado da construção civil. Apenas neste ano, a Secretaria Municipal de Obras liberou a construção de quatro novos prédios residenciais, além de outros projetos já em andamento em diversas partes da cidade.
Segundo o secretário municipal de Obras, Mateus Franciscon, os novos edifícios serão construídos nas regiões da Vila Formosa, Vila Vitória e entorno do campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Um deles terá alto padrão e se enquadra no conceito home club. “O mercado da construção civil está entusiasmado. As construções de prédios estão trazendo um retorno agradável aos investidores”, afirma o secretário.
No entanto, o crescimento impulsionado pelo mercado exige cautela. Franciscon ressalta que a verticalização não pode ocorrer de forma desordenada. Ele explica que projetos como esses são complexos e demandam análises minuciosas para mitigar os impactos na vizinhança.
“Projetos de prédios não são simples. Exigem Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)”, aponta. O estudo avalia os efeitos positivos e negativos de um empreendimento ou atividade na qualidade de vida da população e no ambiente urbano circunvizinho, analisando impactos como aumento do tráfego, pressão sobre infraestrutura de saúde, educação, ruído, poluição, propondo medidas mitigadoras para garantir o desenvolvimento urbano sustentável e o bem-estar da comunidade
“Em um terreno onde antes moravam duas famílias, um prédio pode abrigar dezenas. Então, começa a ter um adensamento populacional maior no local que talvez não está com a infraestrutura preparada”, exemplifica Franciscon. Esse aumento na densidade populacional, segundo ele, precisa ser acompanhado por um planejamento da infraestrutura urbana, como vias, escolas e unidades de saúde, para que a cidade não sature e a qualidade de vida seja preservada.
Para equilibrar esse crescimento com a necessidade de planejamento, a prefeitura de Apucarana dará início à revisão do Plano Diretor.
“Esse ano vamos revisar o Plano Diretor justamente para conseguir organizar melhor ainda e facilitar as verticalizações. No entanto, é preciso se atendar ao impacto de vizinhança”, destaca.
HOME CLUB
Um dos quatro projetos autorizados em Apucarana é o Sky, da Bilfor Empreendimentos, que será construído na Rua Diva Nadir com a Rua Marechal Floriano, Vila Formosa. O prédiose enquadra no conceito home club e terá 30 pavimentos com quatro apartamentos por andar, no.
Heitor Van-Dal, diretor da Bilfor, explica que o projeto do Sky surgiu de uma análise do mercado local que identificou uma carência por empreendimentos com plantas mais amplas, áreas de lazer completas e soluções para facilitar o dia a dia. Segundo ele, Apucarana tem potencial para se tornar um polo regional de verticalização, atraindo clientes de cidades vizinhas como Califórnia, Marilândia do Sul e Cambira. “Eles buscam Apucarana não apenas para morar, mas também como base para estudos, trabalho ou segunda moradia. Esse movimento reforça nossa convicção de que a cidade tem capacidade para receber projetos como o Sky, que oferecem mais do que moradia”, ressalta.
Para Samuel Mariano, um dos diretores da Bilfor, o crescimento de Apucarana e o aumento na demanda por moradias de alto padrão são os principais motores de projetos imobiliários de grande escala na cidade. Ele destaca a economia aquecida pelo setor têxtil e os investimentos de cidades vizinhas. “Apucarana também possui uma localização estratégica no eixo norte do Paraná, com fácil acesso a outros polos regionais, o que aumenta a busca por moradias que ofereçam qualidade de vida, especialmente em áreas como o entorno do Lago Jaboti”, afirma.