Acada dia, mais de três acidentes de trabalho, em média, são registrados na região. Foram 1.339 comunicados de casos do tipo no ano passado, além de nove mortes de trabalhadores. Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, compilados na plataforma SmartLab, uma iniciativa conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Arapongas lidera em acidentes de trabalho informados ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no ano passado: 496. Apucarana é a segunda no ranking regional, com 451 ocorrências. As outras cidades com mais casos são Jandaia do Sul e Ivaiporã, com 55 e 54 registros, respectivamente. (Veja o gráfico)
As nove mortes após acidentes de trabalho estão distribuídas em quatro municípios da região: Apucarana (3), Arapongas (3), Califórnia (1), Jardim Alegre (1) e Sabáudia (1).
Os números de 2022 são praticamente os mesmos de 2021, quando a região somou o mesmo número de mortes e um acidente de trabalho a mais: 1.440 ocorrências.
Já o Paraná registrou 44.786 acidentes de trabalho em 2022, um aumento de 8,1% em relação ao ano anterior (41.433 ocorrências), e 232 óbitos de trabalhadores, uma alta de 3,6% na comparação com 2021 (224 mortes).
Os principais motivos para os afastamentos no país, segundo o estudo, são fraturas (62% do total), traumatismos (13%), luxações (9%), ferimentos (7%) e amputações (5%), com os setores mais impactados sendo o de abate de suínos, aves e outros pequenos animais (5%), transporte rodoviário de carga (5%), comércio varejista em hipermercados e supermercados (3%), construção de edifícios (3%) e administração pública em geral (3%).
Engenheira destaca importância da prevenção
A engenheira de segurança do trabalho, Driéle Correia, explica que o primeiro passo para reduzir os casos é investir em prevenção. “Podemos começar do básico, que é identificar as falhas. Os ‘quase acidentes’ devem ser vistos como um sinal de alerta para empresas”, afirma a profissional de Apucarana, que também é ergonomista e especialista em riscos químicos.
Ela assinala que os números são altos e, embora tenha ocorrido um aumento da conscientização, as pessoas e as empresas ainda se colocam em uma posição de perigo. A engenheira afirma ainda que falta orientação. “Agora com o e-Social todas as empresas são obrigadas a elaborar os documentos de segurança, como PGR (Programa de Gerenciamento de Risco)”, cita.
Segundo a especialista, um PGR elaborado por um profissional capacitado garante a eliminação de muitos riscos e também melhora a capacitação dos próprios trabalhadores.
A especialista destaca que a segurança precisa ser vivida no dia a dia do trabalho, lembrando que abril é o mês da segurança, o que merece uma reflexão sobre o assunto. ” A empresa alcançará um ambiente de trabalho seguro quando entender que a segurança é tão importante quanto custos e prazos. Sem segurança não há produção”, finaliza.