Três anos depois de vencer um câncer de mama, a técnica de enfermagem Sílvia Helena da Rosa, de Arapongas, recebeu uma surpresa: ela deu à luz a quatro bebês de uma vez só. Os quadrigêmeos nasceram prematuros e ainda vão passar um tempo na UTI neonatal do Hospital Evangélico de Londrina, o que só aumenta a ansiedade da família.
Os quadrigêmeos nasceram na última segunda-feira (29) e são resultado de uma fertilização in vitro. No entanto, a história de Sílvia e do marido, o azulejista Márcio de Toledo, começa há sete anos. Em 2010, após um namoro de 14 anos, os dois se casaram. Na ânsia de terem um filho, Sílvia realizou exames e descobriu um câncer de mama.
“Foi um grande baque. O sonho que tínhamos de ter um filho foi substituído por quatro anos de tratamento, com quimioterapia, radioterapia e medicamentos. Foi uma grande batalha”, afirmou ela.

Curada, Sílvia retomou o projeto de engravidar. “Tentamos durante um ano termos um bebê de forma natural. No entanto, não conseguimos e então partimos para a fertilização, que foi realizada em Maringá”, conta Márcio.
A fertilização in vitro foi a possibilidade e também a indicação médica para o caso, já que, por conta do câncer causado por problemas hormonais, medicamentos para a indução da ovulação eram contraindicados. Dois meses depois, a tão sonhada gravidez aconteceu.
“Três embriões foram colocados no útero, sendo que dois conseguiram se desenvolver, como vimos pelo primeira ultrassom. Uma semana depois, o médico disse que um dos embriões tinha se dividido e que teríamos trigêmeos. Na semana seguinte, uma nova surpresa: o outro embrião também havia se dividido! A gente não sabia se ria ou se chorava, de tanta emoção”, afirmou Sílvia.
A gravidez, que já era de risco porque a técnica em enfermagem tinha a idade de 40 anos, foi acompanhada com ainda mais cuidado. O casal se mudou para Londrina e Sílvia ficou internada ao longo do último mês de gestação. A bolsa rompeu após pouco mais de sete meses de gravidez e os quatro bebês, todos meninos, vieram ao mundo.

O procedimento parou o centro cirúrgico do hospital. Quinze profissionais estiveram envolvidos no procedimento, entre eles quatro pediatras, um para cada bebê. João Paulo, Luiz Henrique, Pedro Augusto e Vitor Hugo nasceram pesando entre 1,200 e 1,265 quilos. Eles precisaram ser entubados, mas já tiveram os aparelhos retirados e se desenvolvem bem. Já a mãe recebeu alta médica na última sexta-feira (2) e agora espera, impaciente, pela liberação das crianças.
“Estamos na expectativa. Não há prazo para que eles saiam da UTI neonatal, porém o desenvolvimento deles está sendo muito bom. Corta o coração ter que deixar eles lá, mas logo estarão aqui conosco. Nossas famílias vão nos ajudar para cuidarmos bem deles”, disse a mãe