Caminhoneiros fizeram uma carreata na manhã de ontem, no centro de Apucarana, convocando a população para apoiar a paralisação programada para amanhã, que deve ocorrer em todo o País. Desta vez a greve da categoria, liderada pelo Comando Nacional do Transporte, será deflagrada por questões políticas. O representante da categoria em Apucarana, André Gustavo Ferreira, diz que, desta vez, a principal reivindicação é a renúncia da presidente Dilma Rousseff.
“O objetivo é chamar o povo para vir para rua protestar porque essa greve não é só dos caminhoneiros, é do Brasil inteiro e a nossa principal reivindicação é a saída de Dilma”, assinala.
O grupo se reuniu por volta das 9 horas em um posto de combustíveis na BR-376, saída para Maringá e, às 10 horas, seguiu em comboio para o centro da cidade. Houve buzinaço e todos os veículos estavam com faixas de repúdio ao atual governo com dizeres.
O comboio passou pela Avenida Curitiba e contornou a Praça Rui Barbosa diversas vezes em horário de grande movimentação no centro da cidade. Muitas pessoas demonstraram apoio a manifestação.
Ferreira explica que a mobilização foi organizada por meio das redes sociais e aplicativos de celulares pelo Comando Nacional do Transporte, movimento que alega não ter vínculos com sindicatos. De acordo com ele, a paralisação de amanhã não terá apoio dos sindicatos da categoria.
“Sinceramente, na greve anterior o sindicato não nos apoiou. Apresentamos a pauta de reivindicações ao governo e até o momento não fomos atendidos”, assinala.
Outro caminhoneiro que participa do movimento ressaltou que o objetivo da paralisação é alcançar benefícios a todos os brasileiros. “Essa luta é a favor do povo, porque, não está difícil somente para os caminhoneiros. Está difícil de trabalhar em todos os setores. Por isso convocamos a população para que nos apoie”, conclama Junior César Farias.
Além de Apucarana, o movimento adiantou que, na região, serão bloqueadas rodovias de Ivaiporã, Mauá da Serra, Manoel Ribas, Maringá e Paranavaí. A ordem é impedir a passagem de todos os veículos de carga. Os demais veículos serão liberados.
“Já estamos anunciando a greve há 15 dias, então, reforço para que os caminhoneiros não saiam, fiquem em casa, porque desta vez até os caminhões vazios, cargas vivas e alimentos perecíveis serão impedidos”, alerta.
O advogado Helton Andreotti, de Apucarana, que representa profissionais autônomos, avalia que a categoria está cada vez mais desvalorizada. “Os insumos para manter a frota rodando estão fora do contexto da remuneração. Isso inviabilizou a atividade O frete está defasado há mais de 10 anos, não se agrega valor a mão de obra, agrega-se apenas ônus, a começar pelo diesel, que é a maior necessidade para locomoção via terrestre. Essa conta não fecha”, conclui.