Nos últimos dois meses, o número de crianças acolhidas pelo Lar Sagrada Família de Apucarana aumentou consideravelmente. Entre abril e maio, a instituição passou a fazer quase o dobro de atendimentos. Atualmente são 19 residentes, oito a mais que no primeiro trimestre do ano. Negligência e dependência química dos pais são as principais causas da necessidade do acolhimento institucional e, consequente, afastamento da família.

No ano passado, em alguns períodos, o número de crianças chegou a ser reduzido para seis, um dos menores dos últimos doze meses. A juíza da Vara da Família Infância e Juventude, Carolline de Castro Carrijo, e o promotor da Vara da Família, Infância e Juventude, Caio Bergamo Marques, observam essas as famílias dessas crianças já eram acompanhadas há algum tempo pelo poder público, mas diante da ausência do efeito esperado das intervenções e do risco constante à integridade física e emocional das crianças, elas foram encaminhadas ao Lar.
Tanto a juíza quanto o promotor frisam que o principal motivo do afastamento familiar é a negligência dos pais, em geral, causada pelas drogas e o álcool. “O acolhimento institucional é feito quanto não obtemos respostas satisfatórias das intervenções feitas pela rede de proteção”, assinala a magistrada.
A juíza observa que, mesmo durante o período de afastamento, os profissionais envolvidos na rede proteção continuam trabalhando com as famílias. “Somente quando essas tentativas são esvaziadas é que ocorre a destituição do poder familiar”, argumenta.
O promotor ressalta que o afastamento de uma criança não ocorre por falta de recursos materiais. “Nesses casos são feitas intervenções com assistentes sociais. O principal motivo dos afastamentos está relacionado à negligência aliado a maus-tratos e abuso”, diz.
Segundo o presidente do Lar Sagrada Família, Maurício Rawski de Paula, com ajuda da sociedade apucaranense, tem feito várias melhorias para melhor acolher as crianças e adolescentes. “Queremos que elas tenham o máximo de conforto num momento que por si só é de muito sofrimento. O nosso desejo é que não tenha crianças e adolescentes que precisem de acolhimento institucional, mas, caso seja necessário, que encontrem aconchego neste momento”, diz.
O Lar Sagrada Família conta com uma equipe de 15 profissionais, entre cuidadores, psicóloga, assistente social, coordenador e secretária. O custo mensal é de R$ 45 mil, desde valor, R$ 11 mil é repassado pela Prefeitura de Apucarana. O restante é resultado de doações e ações sociais.
“Nos últimos meses conseguimos fazer várias melhorias como a troca de todos os guarda-roupas, camas, sofás e de dois televisores, deixando o ambiente mais acolhedor”, sublinha, observando que a intenção é fazer uma reforma completa na instituição.