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Doença rara não impede araponguense de ajudar o próximo

Cindy Santos

| Edição de 23 de dezembro de 2022 | Atualizado em 23 de dezembro de 2022
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Superação, amor e solidariedade. Estas três palavras definem muito bem o funcionário público Marcos Antônio de Souza, que dedica sua vida a ajudar o próximo. Souza desenvolve um projeto social sem fins lucrativos que ajuda centenas de pessoas com problemas de saúde ou em vulnerabilidade social em Arapongas e região. 

A ideia do projeto nasceu durante um período delicado da vida do próprio idealizador, que há mais de 20 anos enfrenta uma doença autoimune. Marcos tinha apenas 19 anos quando descobriu uma doença rara no sangue que atinge o sistema imunológico, formando linfonodos. Naquela época passou pela primeira cirurgia e ficou vários dias em coma. 

“Em todas as vezes que fui para o hospital, antes de entrar no centro cirúrgico eu falei para Deus que eu quero voltar, que ainda tenho muita coisa para fazer aqui. E graças a Deus eu sempre volto e retomo minha vida”, afirma. 

Ao longo de sua trajetória Marcos passou por 14 cirurgias e, entre idas e vindas do hospital, percebeu o quanto as pessoas necessitam de ajuda. E foi após ver a dificuldade que um amigo teve em arrumar uma muleta emprestada, após sofrer um acidente, que ele decidiu sobre como poderia ajudar as pessoas. 

“Eu percebi que precisava de algo novo para a minha vida. Algo novo que pudesse ajudar as pessoas”, relata. 

Nasceu então a Associação Algo Novo, projeto sem fins lucrativos que conta com doações da comunidade e muitas vezes do próprio idealizador, que garante empréstimos de equipamentos hospitalares e doações de medicamentos entre outros itens de necessidade básica como roupas e fraldas. A dedicação fez com que Marcos recebesse uma homenagem da Câmara de Vereadores de Londrina, um dos municípios onde há pacientes ajudados por ele. 

APOIO DA FAMÍLIA

Marcos fundou a associação com apoio da sua esposa Vanessa Fernandes Mendes Gonçalves, 33 anos, que assumiu a vice-presidência da ONG e com quem divide o sonho de construir uma sede própria para ampliar ainda mais o alcance da rede de apoio. “Vendo essa situação que a gente passa com a doença do Marcos, a gente chegou à conclusão que seria uma ideia legal ajudar mais pessoas. Contagiar ainda mais pessoas para que essa ação seja cada vez maior”, assinala. 

Criado há aproximadamente quatro anos, o projeto conta com um grupo de cinco voluntários. Uma delas é a auxiliar de escritório Keila Baeza, 48 anos. Ela conta que há 11 anos sofreu um acidente grave e precisou de cama hospitalar, cadeira de rodas e muletas. “Eu senti a dificuldade na pele, então quando o Marcos disse que abriria uma associação para ajudar pessoas nestas condições eu decidi me voluntariar”, assinala. 

A associação já possui quase 100 itens hospitalares como cadeiras de roda, cadeiras de banho, camas hospitalares, muletas, cadeiras especiais para traumas em membros inferiores. Neste Natal, a entidade também arrecadou brinquedos. (CINDY SANTOS)