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Dólar em alta muda hábitos de consumo

Renan Vallim

| Edição de 18 de outubro de 2015 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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Imagem ilustrativa da imagem Dólar em alta muda hábitos de consumo

Azeite de oliva e óleo de soja estão entre os itens reajustados | Foto: Delair Garcia

O aumento do preço do dólar está mexendo no bolso dos brasileiros, que estão sendo forçados a reformularem hábitos de consumo adquiridos há pouco tempo. Beber um vinho importado ou cozinhar com o autêntico azeite português voltou a ser artigo de “luxo” novamente. As perspectivas para o restante do ano não são animadoras, já que os preços devem continuar em um patamar elevado, o que deve afetar as compras de final de ano.

E a alta não atinge também produtos básicos óleo de soja, o arroz e até as lâmpadas acabaram tendo seus preços reajustados nos últimos 30 dias. Os valores variam de 15% a até 25%, dependendo de onde vêm, da demanda e encargos tributários.

Apesar do dólar estar alto já há algum tempo, os impactos nas gôndolas só começaram a ser percebidos recentemente. Isso acontece porque os supermercados tinham ainda em estoque boa parte dos produtos. Com a renovação do estoque, os estabelecimentos adquiriram produtos já com preços reajustados, repassando-os ao consumidor.

“Os custos dos produtos que vem de fora subiram muito em apenas 30 dias. O saco de arroz de cinco quilos, por exemplo, era vendido há 30 dias por pouco mais de R$ 10. Agora, a mesma marca já custa acima dos R$ 12. Mesma coisa com a azeitona, que antes era R$ 1,72 e agora já atinge R$ 2,18”, explica Adriano Estevan Zalilio, comprador de um supermercado de Apucarana.

Em Arapongas, a situação é a mesma. “O dólar alto impulsiona até mesmo as lâmpadas, que vêm da China. Um exemplar, que era vendido a cerca de R$ 17, hoje já passa dos R$ 20”, explica William Ribeiro, comprador de um supermercado araponguense.

Na sexta-feira, o dólar fechou em alta de quase 2%, acima de R$ 3,87. Na semana, o dólar subiu 3,05%, após despencar 4,74% na semana anterior. No mês, há queda acumulada de 2,32% e no ano, valorização de 45,69%.

NATAL

“A alta dos preços dos produtos importados faz com que o consumidor busque produtos semelhantes aos que ele já estava acostumado a comprar, mas mais baratos. Além disso, a dificuldade de importação pode começar a gerar uma mudança na dinâmica do mercado, com empresários nacionais vendo nichos sendo abertos, que antes eram dominados por produtos de fora”, afirma o economista do campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Marcelo Vargas.

De acordo com ele, os preços devem continuar altos, afetando as compras natalinas. “A tendência para os próximos meses é de que os preços continuem no patamar atual, já que o dólar não deve cair nesse período”, diz.