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Evolução da dengue coloca Saúde do Paraná em alerta

ALINE ANDRADE APUCARANA

| Edição de 10 de novembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Governo do Estado iniciou uma nova campanha de prevenção da dengue, destacando que a eliminação da doença depende, principalmente, da mudança de hábitos e atitudes. Mesmo com os alertas, o número de cidades com epidemia da doença aumentou. Para o secretário de Estado da Saúde Beto Preto, que concedeu uma entrevista ontem à Tribuna, a conscientização da população para a prevenção é fundamental para diminuição da proliferação da doença.

O Boletim Epidemiológico mais recente, registra 925 casos confirmados de dengue no estado desde agosto, quando foi iniciado o ano epidemiológico. São 106 casos a mais que na semana anterior. Do total, 732 são casos autóctones e indicam que a contaminação aconteceu na cidade de residência. O Paraná apresenta 8.311 notificações para a dengue em 239 municípios. Os municípios com maior número de casos suspeitos notificados são Londrina, Foz do Iguaçu e Maringá. Os números são referentes ao monitoramento que teve início em agosto deste ano.
O Paraná tem 5 municípios em epidemia: Quinta do Sol, Inajá, Santa Isabel do Ivaí, Nova Cantu e Uniflor. Outros 10 municípios estão em situação de alerta: Lindoeste, Juranda, Douradina, Indianópolis, São Carlos do Ivaí, Floraí, Flórida, Florestópolis, Uraí e Ângulo.
De acordo com o secretário estadual de Saúde Beto Preto, a maior preocupação é em relação ao sorotipo 2 da doença, que pode causar sintomas mais graves. “Nós temos no Paraná uma imunidade maior ao sorotipo 1 da dengue, mas os casos de sorotipo 2, que podem ser mais graves, correspondem atualmente a 60% dos infectados no estado. A situação pode até levar a morte, caso a pessoa seja infectada pela segunda vez”, explica o secretário. 
Beto Preto conta ainda que o mosquito da dengue tem evoluído, e com isso, algumas medidas precisam mudar. “O mosquito, que antes se desenvolvia apenas em água limpa, agora também se reproduz em água turva. Outra alternativa, como o fumacê, por exemplo, utilizado há tempos atrás, não tem mais o mesmo efeito sobre o Aedes aegipty. Por essa razão, o Ministério da Saúde já está providenciando um novo tipo de formulação do produto, que deve chegar a partir de janeiro. Isso demonstra que o melhor remédio é a prevenção”, esclarece.
O secretário está engajado em uma campanha de prevenção da dengue, que está sendo divulgada em todos os veículos de comunicação e redes sociais e pede a participação da comunidade e lideranças locais para divulgar o assunto. 
“O governador Ratinho Junior nos orientou no sentido de levar conscientização sobre a dengue, com muita transparência, a todo o estado. Por isso pedimos para as lideranças locais, igrejas, escolas, em todos os locais possíveis, que o assunto seja tratado e que todos fiquem conscientes sobre sua responsabilidade em respeito à dengue”, afirma.

Doença tem quatro sorotipos circulantes
Levantamento da Secretaria da Saúde sobre tipificação do arbovírus circulante mostra que 60% dos casos são de infecção pelo DEN 2. O Lacen (Laboratório Central do Estado) analisou 160 amostras, que apontaram esta prevalência.
Existem quatro sorotipos de dengue – DEN1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4. Não há diferença entre eles, todos são transmitidos pela picada do Aedes aegypti. 
“A infecção por um sorotipo gera imunidade permanente apenas para ele, o que significa que a pessoa pode contrair os quatro tipos de arbovírus. E ter dengue mais de uma vez aumenta o risco de formas mais graves da doença”, explica a coordenadora da Divisão de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
A nova campanha de prevenção lançada pelo Governo do Estado e que está sendo divulgada em várias plataformas, incluindo as redes sociais, destaca que a eliminação da doença depende, principalmente, da mudança de hábitos e atitudes. “Onde tem água parada pode ter dengue e a doença pode matar”, afirma Ivana Belmonte.