A avicultura de corte se consolidou como a cultura agrícola que mais movimenta dinheiro na região. No ano passado, o setor faturou R$ 1,2 bilhão com a comercialização de 120 mil toneladas de frangos na área do Núcleo Regional de Apucarana da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), que abrange 13 municípios. A cadeia produtiva corresponde a 28,87% do Valor Bruto da Produção (VBP), a maior participação entre um total de 140 culturas que, juntas, geraram R$ 4,2 bilhões no campo. O desempenho do setor se manteve no mesmo patamar do ano anterior.
Apucarana responde pelo maior volume de VBP da avicultura regional. Em 2024, o município registrou faturamento de R$ 322,3 milhões com a comercialização de 22,2 mil toneladas de frango. Na sequência, aparecem Jandaia do Sul, que movimentou R$ 166,9 milhões, e Arapongas, com R$ 107,4 milhões (veja o infográfico). Outros destaques são Bom Sucesso e Califórnia, que expandiram a produção em até 7%, em comparação ao ano anterior. Em contrapartida, houve queda acentuada no faturamento em Kaloré (-36%) e Mauá da Serra (-22%).
Para o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), Adriano Nunomura, o VBP da avicultura regional indica uma tendência de crescimento para os próximos anos, impulsionado pelo aumento da demanda interna e externa. “Há expectativa de o Brasil se consolidar como o maior exportador mundial de carne de frango”, comenta Nunomura. Ele ressalta que o investimento constante dos produtores é uma das chaves para a competitividade do setor: “Nos últimos anos, as granjas têm investido em novas tecnologias e implantado técnicas que vêm aumentando a qualidade e a produtividade dos animais”, assinala.
A expansão do mercado, entretanto, vem acompanhada de desafios rigorosos. Segundo o técnico, a maior preocupação se concentra na sanidade das aves. “Atualmente, um dos maiores desafios é manter a sanidade dos animais, para evitar o surgimento de novos casos, como a gripe aviária que ocorreu no Rio Grande do Sul em maio deste ano, derrubando os preços e reduzindo significativamente as exportações”, alerta.
Apesar da instabilidade na comercialização internacional, impulsionada pelos casos de gripe aviária, o técnico afirma que o setor mostra sinais de recuperação. “Foram retomadas as exportações para a União Europeia e a demanda interna está aquecida com a chegada das festas de final de ano”, conclui.