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Homem mata esposa e tenta forjar suicídio

Cindy Annielli

| Edição de 29 de outubro de 2015 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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A investigação da morte de uma mulher de 33 anos, que aparentemente teria se suicidado, teve uma surpreendente reviravolta ontem em Apucarana. A Polícia Civil constatou, com base em laudo do Instituto Médico Legal (IML), que Claudirene da Silva Costa, na realidade foi agredida até a morte. O marido dela, Edvaldo Bianchi, 45 anos, foi preso em flagrante, sob suspeita de ter assassinado a esposa e alterado a cena do crime para forjar o suicídio. Claudirene foi encontrada morta anteontem dentro da casa onde morava com o marido e 5 filhos, na rua Maria de Machado Miranda, no Jardim Santos Dumont.

Imagem ilustrativa da imagem Homem mata esposa e tenta forjar suicídio

Durante oitivas, a polícia descobriu que o relacionamento era marcado por brigas e agressões constantes. Segundo a delegada adjunta da 17ª Subdivisão Policial (SDP), Iane Cardoso Nascimento, vizinhos relataram que o casal teria discutido na noite anterior ao crime.

A delegada conta que a polícia recebeu a notícia de que uma mulher se enforcado e foi até o local por volta das 8 horas. No entanto, alguns detalhes levantaram suspeitas. "Chamou a atenção que o local do crime havia sido adulterado. A mulher havia sido retirada do local e os sinais no corpo dela não eram condizentes com suicídio", conta.

Ainda na quarta-feira, o IML concluiu o laudo e constatou que a morte foi causada por estrangulamento e não enforcamento. Bianchi foi preso em flagrante. O exame também comprovou que os hematomas foram causados antes do óbito.

"Na realidade, ela foi estrangulada. A suspeita é que Edvaldo tenha aplicado um golpe na esposa, um mata-leão, e a estrangulou até a morte", diz.

O casal tem cinco filhos menores de idade que estavam dormindo quando o crime aconteceu. Inicialmente, o corpo teria sido encontrado pelo filho mais velho que tem 16 anos.

“Dois filhos foram ouvidos e entraram em contradição. Tenho que levar em consideração que são filhos e que não querem comprometer o pai. Mas eles sustentam que as brigas eram constantes", assinala.

A delegada conta que Bianchi alega inocência e afirma que a mulher já havia tentado contra a própria vida anteriormente. Familiares confirmaram à polícia que Claudirene realmente tentou se matar há cerca de 4 anos e que chegou a ficar hospitalizada. No entanto, após o fato, ela comentava apenas que pretendia se divorciar e se mudar com os filhos para outro local. A polícia também apurou que, em fevereiro deste ano, ela havia registrado um boletim de ocorrência por agressão e pediu medida protetiva, providência garantida por lei às vítimas de violência doméstica. “Vamos verificar a veracidade das informações”, conclui a delegada adjunta.

Em virtude da nova lei do feminicídio (homicídio qualificado por razões de relações domésticas), que agravou o delito praticado contra a mulher, se condenado, Bianchi pode cumprir de 12 a 30 anos de prisão.