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IML de Apucarana funciona com um legista

Renan Vallim

| Edição de 28 de novembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Após ter o quadro de médicos legistas cortado pela metade em agosto, a unidade de Apucarana do Instituto Médico Legal (IML) sofreu nova perda. Agora, apenas um profissional atua nos exames periciais e necropsias. No início do ano eram quatro, resultando em queda de 75%. Com isso, serviços só podem ser realizados no local durante uma semana por mês. Nas outras semanas, é preciso se deslocar para a unidade de Londrina.

Imagem ilustrativa da imagem IML de Apucarana funciona com um legista


Até agosto deste ano, o IML de Apucarana contava com quatro médicos legistas, sendo dois deles contratados em regime de urgência, através de Processo Seletivo Simplificado (PSS). Naquele mês, o contrato de dois anos do PSS se encerrou, fazendo com que a unidade perdesse metade de seus profissionais do setor.
Na época, o IML passou a realizar necropsias apenas durante duas semanas por mês. Nas outras duas semanas, era o IML de Londrina que fazia os serviços necessários. Nas últimas semanas, outro corte: um dos dois médicos que restaram se aposentou.
A falta de profissionais faz com que o IML apucaranense funcione com apenas 25% de sua capacidade total, como explica o médico legista Narciso Marques Moure, o único que restou na unidade. “Infelizmente, a situação restringe o trabalho realizado em Apucarana. Agora, só há serviço legista em uma semana por mês. Nas outras semanas, o atendimento é feito pelo IML de Londrina”, diz.
Com isso, corpos de pessoas mortas de forma violenta são levados até Londrina, necropsiados e depois trazidos de volta para Apucarana. Na maior parte das vezes, o próprio IML se encarrega desse transporte. Porém, em alguns casos, familiares da pessoa morta e funerárias precisam ir até Londrina.
O problema é ainda maior porque a falta de legistas não é exclusividade de Apucarana. “Londrina também tem falta de médicos legistas, o que atrasa ainda mais os processos”, destaca Narciso. Além do mais, com o período eleitoral, o governo é proibido por lei de chamar os aprovados em concurso até que os governantes eleitos tomem posse, o que acontece apenas em janeiro.
A unidade do IML de Apucarana sofre ainda com a falta de outros profissionais. Por exemplo, há dois veículos hoje, mas apenas um motorista. Até pouco tempo, eram três viaturas. Porém, um veículo de transporte de Guarapuava sofreu um acidente em setembro e um dos carros de Apucarana foi remanejado para o município do sul do estado.