A falta de mão de obra qualificada tem sido um desafio para empresários da indústria de confecções de Apucarana. E a necessidade de completar o quadro de funcionários desfalcado fica ainda ainda maior com os afastamentos provocados pela Covid-19 nas empresas do setor. Relatório da Agência do Trabalhador trouxe 140 vagas em aberto nas empresas do município, e as funções com maior demanda são costureira (48), auxiliar para acabamento (25) e operador de bordado (19).
O empresário apucaranense, Cláudio Delmasquio, conta que sua empresa sempre tem vagas em aberto e que nos últimos anos a situação piorou um pouco. “O problema da Covid não afetou minha empresa. De 60 funcionários, tenho somente dois afastados pela doença. A verdadeira dificuldade é em contratar pessoas especializadas, com qualificação. Hoje por exemplo tenho cinco vagas em aberto”, comenta.
Delmasquio tem boas expectativas com a abertura do curso técnico em vestuário do Colégio Estadual Professor Izidoro Luiz Cerávolo. “Sempre contratei estagiários e tenho boa expectativa para quando começar a formar a primeira turma para absorver esses profissionais. Porque as pessoas vêm muito cruas para a empresa”, afirma.
O gerente de produção, Julio Tamura, enfrenta a mesma dificuldade. Segundo ele a pandemia sem dúvida, levou muitos trabalhadores qualificados a atuarem na informalidade. Como a maior parte desses profissionais são mulheres e mães, Tamura acredita que houve uma necessidade delas trabalharem em casa, uma vez que no começo da pandemia escolas e creches foram fechadas. “Algumas costureiras optaram pelo trabalho informal do que trabalhar de fato em empresa registrada”, comenta.
Tamura comenta também que tem percebido certo desinteresse da nova geração pelo setor de confecções. “Estamos vendo um pouco de fuga desse nosso perfil de ramo de atuação. A juventude procura imediatismo, querem resultado rápido, trabalhar pouco e ganhar muito. Quando percebem um trabalho que precisa de responsabilidade, cumprir horário, um salário que eles não imaginam, ocorre a fuga”,diz.
Empresário, Jayme Leonel, também afirma que a dificuldade em contratar mão de obra, principalmente com alguma qualificação, persiste, apesar da existência de cursos direcionados ao vestuário. Ele também afirma ainda que a pandemia fez o problema ficar ainda maior.
“Infelizmente há um surto de covid acontecendo no nosso segmento. Dependendo do número de colaboradores a empresa está tendo dificuldades para entregar os pedidos”, relata.