CIDADES

min de leitura - #

Mulheres do MST fazem ato contra morte de assentada

Da Redação

| Edição de 08 de março de 2024 | Atualizado em 08 de março de 2024
Imagem descritiva da notícia Mulheres do MST fazem ato contra morte de assentada

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, camponesas dos assentamentos de toda a região realizaram a Marcha das Mulheres do MST em Ivaiporã, cobrando solução na morte de Maria Raimunda Correia, de 70 anos, conhecida como Raimundinha, assassinada no Assentamento 8 de Abril, em Jardim Alegre.

Segundo uma das coordenadoras da manifestação, Elizabete Wahlberinck Jauer, além de cobrar uma solução para a morte de Raimundinha, a marcha também tem o objetivo de conscientizar as mulheres dos seus direitos e por políticas públicas para as mulheres.

A manifestação reuniu participantes de Jardim Alegre, Manoel Ribas, Boa Ventura de São Roque, Santa Maria do Oeste, Pitanga, Laranjal e indígenas Kaigang de Cândido de Abreu e teve início na Praça França, percorrendo as avenidas Souza Naves e Paraná, sendo encerrada em frente à 54ª Delegacia de Polícia Civil.

“Na nossa sociedade o machismo é vigente. Nós somos assassinadas diariamente e Raimundinha foi mais uma vítima. Estamos na luta por ela e por todas nós. Queremos que a morte se esclareça, não queremos mais ser assassinadas, basta de violência contra as mulheres”, enfatizou Elizabete.

A morte de Raimundinha ocorreu em 27 de abril de 2023. Inicialmente, acreditava-se que a vítima teria sido atacada por um animal. Na época, populares relataram aos policiais que um cachorro pitbull havia atacado a vítima, pois teriam visto o animal próximo quando ela foi encontrada caída no chão.

No entanto, exames periciais trouxeram uma reviravolta no caso. Em janeiro deste ano, o delegado da 54ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Érlon Ribeiro da Silva, informou que a mulher foi vítima de assassinato.

De acordo com o delegado, após análise dos laudos do Instituto Médico Legal (IML), ficou comprovado que as lesões inicialmente atribuídas a um cachorro não foram a causa da morte. Os laudos revelaram que as mordidas eram superficiais e incapazes de provocar o óbito.

Além das mordidas do animal, a vítima apresentava múltiplos ferimentos, incluindo uma forte pancada na cabeça causada por um objeto contundente, no pescoço e na perna. A polícia, entretanto, ainda investiga como a morte ocorreu e a arma do crime. Representantes da manifestação foram recebidas na delegacia.

POLÍCIA

Após a manifestação das mulheres, a Polícia Civil divulgou uma nota onde parabenizou o movimento feito de forma pacífica e ressaltou que o caso é investigado de forma prioritária. “No entanto, a investigação é de elevada complexidade, sendo classificado como homicídio apenas após a realização de inúmeros exames periciais”, diz a nota.

Segundo a nota, constam no inquérito oitivas de 18 testemunhas, 10 exames periciais, incluindo DNA, toxicologia, papiloscopia, exames veterinários nos animais que teriam mordido a vítima, entre outros.

“Apesar de todas as diligências realizadas, até o presente momento, não há elementos seguros quanto a autoria delitiva”, diz a nota.